Respostas antioxidantes e dano oxidativo em diferentes regiões do corpo do poliqueto Laeonereis acuta (Polychaeta, Nereididae)

Cravo, Marlize Ferreira

Abstract:

O estresse oxidativo tem o potencial de danificar macromoléculas tais como: DNA, lipídios e proteínas. O sistema de defesa antioxidante, incluindo enzimas e outros compostos de natureza não-enzimática, combate este estresse oxidativo neutralizando as espécies reativas de oxigênio. Espécies reativas de oxigênio (ERO), tais como os radicais hidroxila (OH*), são geradas através de reações químicas, sendo a reação de Haber-Weiss uma das mais importantes, produzindo este radical em presença do ânion superóxido (O2 ), peróxido de hidrogênio (H2O2) e íons ferro ou cobre. O cobre pode ser introduzido na Laguna dos Patos (RS, Brasil) pela água de drenagem oriunda de atividades de mineração no Rio Camaquã. Por outro lado, aumentos esporádicos nos níveis de cobre e de chumbo particulados podem também refletir o aporte de metais pelas atividades industriais na bacia de drenagem da Laguna dos Patos. Os poliquetos coletados na área poluída durante o verão mostraram valores de capacidade antioxidante (TOSC) para radicais peroxil similares ao longo do corpo, mas os poliquetos coletados na área não-poluída mostraram valores de TOSC maiores na região posterior em relação às regiões anterior e média e também comparado com a região posterior dos organismos coletados na área poluída. No verão, a concentração de ERO foi maior nas regiões anterior e média nos poliquetos da área poluída em relação aos poliquetos da área não poluída. Durante o inverno as três regiões dos organismos da área poluída mostraram maiores concentrações de ERO. No experimento laboratorial, não houve diferença na atividade da catalase nas distintas regiões do corpo do poliqueto exposto ao cobre. A atividade da glutationa S-transferase na região anterior foi maior no poliqueto exposto ao cobre. Os valores de TOSC foram similares para radicais hidroxila no grupo exposto e no grupo controle. Já para os radicais peroxil houve uma queda no grupo exposto ao cobre em relação ao grupo controle. No entanto, os valores de TOSC para radicais peroxil sempre foram maiores que os de radicais hidroxilas. A lipoperoxidação foi menor na região posterior em ambos tratamentos. O dano de DNA avaliado pelo método cometa foi maior na região anterior exposta ao cobre. Os poliquetas do grupo exposto acumularam cobre igualmente em todas regiões.

Description:

Dissertação (mestrado)-Universidade Federal do Rio Grande, Programa De Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas – Fisiologia Animal Comparada, Instituto de Ciências Biológicas, 2006.

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