Infecção urinária na gravidez: análise dos métodos para diagnóstico e do tratamento

Duarte, Geraldo; Marcolin, Alessandra Cristina; Gonçalves, Carla Vitola; Quintana, Silvana Maria; Berezowski, Anderson Tadeu; Nogueira, Antônio Alberto; Cunha, Sérgio Pereira da

Abstract:

 
Objetivos: avaliar os aspectos diagnósticos, terapêuticos e as complicações dos casos de infecção do trato urinário (ITU) sintomática durante a gestação, que necessitaram de internação hospitalar. Métodos: foram incluídas 136 grávidas com diagnóstico clínico de pielonefrite. Foram avaliados: a idade e paridade da paciente, idade gestacional em que foi feito o diagnóstico, antecedentes de importância epidemiológica, propedêutica laboratorial para avaliação da infecção urinária, tratamento e evolução clínica, antimicrobianoprofilaxia e complicações. Resultados: pielonefrite foi diagnosticada, nas mesmas proporções, em todas as idades gestacionais. Houve maior incidência de ITU entre as primigestas. Apenas 29,3% das gestantes apresentaram história prévia de ITU. Observou-se que 57,0% das pacientes apresentaram anemia e 93,0% mostraram análise urinária alterada. A Escherichia coli foi o uropatógeno mais prevalente (75,8% dos casos), com baixos percentuais de sensibilidade à ampicilina (60,6%) e à cefalotina (63,6%) e altos percentuais de sensibilidade à cefuroxima (95,5%). A maior taxa de melhora clínica foi obtida entre as gestantes tratadas com cefuroxima (95,7%). A antimicrobianoprofilaxia foi necessária em 11,0% das pacientes. O trabalho de parto pré-termo ocorreu em 33,3% das gestantes que deram à luz em nosso serviço, e o parto pré-termo em 18,9%. Conclusões: esses resultados reforçam a necessidade do diagnóstico precoce e tratamento efetivo da ITU em gestantes, a fim de evitar a ocorrência freqüente de complicações perinatais, como o trabalho de parto e o parto pré-termo. Destaca-se a necessidade de avaliação periódica do padrão de sensibilidade dos agentes etiológicos prevalentes aos antimicrobianos de uso permitido durante a gestação, adotando-se a cefuroxima como o antimicrobiano de escolha para o tratamento das ITU na gestação.
 
Purpose: to assess the diagnostic and therapeutic aspects and the complications of symptomatic urinary tract infections (UTI) during pregnancy of patients who were hospitalized. Methods: a total of 136 pregnant women with a clinical diagnosis of pyelonephritis were studied. The studied parameters were: age and parity of patients, gestational age of diagnosis, epidemiologic aspects, laboratory evaluation for UTI, treatment and clinic evolution, prophylaxis and complications. Results: pyelonephritis was diagnosed at the same proportions at all gestational ages. The incidence of UTI was higher among primigravidae. Only 29.3% of the pregnant women had a previous history of UTI; 57.0% were anemic and 93.0% had altered urinalysis. Escherichia coli was the most prevalent uropathogen (75.8% of cases), with low percentages of sensitivity to ampicillin (60.6%) and high percentages of sensitivity to cefuroxime (95,5%). The highest rate of clinical improvement was obtained for the pregnant women treated with cefuroxime (95.7%). Prophylaxis was needed in 11.0% of the patients. Preterm labor occurred in 33.3% of the pregnant women who delivered in our service and preterm delivery occurred in 18.9%. Conclusions: the present results support the need for an early diagnosis and effective treatment of UTI in pregnant women in order to prevent the frequent occurrence of perinatal complications such as premature labor and delivery. We emphasize the need of a periodical evaluation of the pattern of sensitivity of the etiologic agents to the antimicrobials allowed for use during pregnancy, with cefuroxime being adopted as the antibiotic of choice for the treatment of UTI during pregnancy.
 

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