A invisibilidade do sistema carnista e a necessária percepção dos animais como sujeitos de direito

Fangueiro, Jade Cristine De Souza

Abstract:

 
O hábito de comer carne torna-se cada vez mais eticamente questionável considerando que, com os avanços da ciência, há diversas provas de que todos os animais possuem capacidade de sentir, tanto prazer como dor, ou seja, são seres sencientes. O comum é se pensar que os animais que não são dotados de raciocínio são utilizáveis para o desfrute do ser humano, sendo para alimentação, vestuário, testes de produtos ou qualquer outro capricho deste. Ocorre que, mesmo não possuindo a capacidade de raciocinar, estes animais podem sofrer, e este sofrimento é ignorado, pois encarado como uma simples reação mecânica, não como um modo de demonstração de dor. O carnismo é uma ideologia baseada em um sistema invisível, que condiciona a pessoa a comer alguns animais, mas outros não. É um sistema que está na sociedade como o normal, o comum– configurando a chamada “normose especista” –, não sendo tal hábito encarado como uma opção (como o vegetarianismo o é), pois foi historicamente imposto que comer carne é necessário, fazendo parte da natureza do ser humano, pois este está no topo da cadeia alimentar. Ainda passíveis de observação, pelos impactos que geram, são os efeitos colaterais da produção de carne. A pecuária está extremamente ligada ao desmatamento, à poluição e a outros problemas que atingem o meio ambiente e o bem-estar humano. No presente trabalho tratar-se-á sobre a invisibilidade – social, psicológica e física -, deste sistema e seus efeitos. O objetivo é desvendar o porquê desta ideologia arraigada na sociedade permanecer invisível por tanto tempo. Além disto, procurar-se-á demonstrar a importância da percepção de todos os animais como seres sencientes, devendo estes serem incluídos no ordenamento jurídico brasileiro como sujeitos de direito. Não obstante, será tratado acerca da indústria da carne e seus malefícios para o meio-ambiente, para os animais humanos e, principalmente, para os animais não-humanos.
 
The habit of eating meat becomes increasingly ethically questionable considering that, with advances in science, there are several tests that all animals have the capacity to feel both pleasure and pain, that is, are sentient beings. The common thinking is that animals are not endowed with reasoning are usable for the enjoyment of the human being, to food, clothing, product testing or any other man's whim. It happens that, while not having the ability to reason, these animals can suffer, and this suffering is ignored, as seen as a simple mechanical reaction, not as a way to show pain. The carnism is an ideology based on an invisible system, which determines the person to eat some animals but not others. It is a system that is in society as normal, common – setting called "normosis speciesist" – not in the habit seen as an option (such as vegetarianism is) because it was historically tax that eating meat is necessary, make is the nature of man, for this is at the top of the food chain. Still subject to observation, the impacts they generate, are the side effects of meat production. Livestock is closely linked to deforestation, pollution and other problems affecting the environment and human well-being. In this study will be treated on the invisibility – social, psychological and physical – of this system and its effects. The goal is to discover why this ideology rooted in society remain invisible for so long. In addition, it will be made to demonstrate the importance of perception of all animals as sentient beings, which must be included in the Brazilian legal system as subjects of law. Nevertheless, it will be treated on the meat industry and its harm to the environment, humans and animals, mainly for non-human animals.
 

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  • FADIR - Trabalhos de graduação do curso de Bacharel em Direito