O corpo capitalizado pela ciência: a evolução do humano enquanto reduto de essência em distopias clássicas e contemporâneas

Pereira, Ânderson Martins; Farias, Ariane Ávila Neto de; Rocha, Mariane Pereira

Abstract:

 
A distopia contemporânea tem problematizado cada vez mais o capitalismo e a tecnologia atrelada a ele. É nessa perspectiva que as narrativas atuais do gênero criam sociedades trans e pós-humanas que demonstram que a essência do humano vem sendo ameaçada pela “produtificação” dos corpos. Isto posto, o presente trabalho busca discutir sobre as denúncias feitas pelas distopias acerca do componente humano e demonstrar principalmente através da trilogia Divergente de Veronica Roth como este processo vem evoluindo já que este é um gênero extremamente arraigado ao contexto social. Pesquisadores como Eduardo Marks de Marques (2014) defendem que a distopia vem evoluindo e mudando seu foco e que esse processo se reflete na alteração dos temores vividos pela coletividade. Tomando por pressuposto a relação simbiótica entre distopia e sociedade, acredita-se que as representações do trans e do pós-humano descritos em narrativas distópicas ressoam sobremaneira à forma como a sociedade lida com a essência do humano e, em especial, como esta é atualmente perpassada pelo capital.
 
The contemporary dystopia has increasingly problematized the capitalism and the technology tied to it. Current narratives of the genre create trans and post-human societies which demonstrate that the essence of the human being is being threatened by the "productification" of bodies. The present paper seeks to discuss the denouncements made by dystopias about the human component and to demonstrate mainly through Veronica Roth 's Divergent Trilogy how this process has evolved throughout the dystopia, a genre extremely rooted in the social context. Researchers such as Eduardo Marks de Marques (2014) argue that the dystopia has been evolving and changing its focus and that this process is reflected in the alteration of the fears lived by the collectivity. Assuming the symbiotic relationship between dystopia and society, it is believed that the representations of trans and posthuman described in dystopian narratives resonate very much with the way society deals with the essence of the human and, in particular, how it is currently pervaded by capital.
 

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