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Objetivo: investigar a prevalência de práticas associadas à violência obstétrica e sua
distribuição de acordo com características das parturientes residentes em Rio Grande,
RS, Brasil. População alvo: parturientes riograndinas, residentes na zona urbana ou
rural, submetidas ao parto vaginal de 1o de janeiro a 31 de dezembro de 2016.
Delineamento: estudo transversal, de base populacional, inserido num projeto maior
denominado “Estudo Perinatal”, conduzido a cada três anos, com o objetivo de avaliar
a assistência à gestação e ao parto no município. Desfecho: foi caracterizado quando a
parturiente respondia “SIM” a qualquer uma das questões do número 01 ao 15 ou
“NÃO” na questão 16, referentes a práticas associadas à violência obstétrica. As
análises foram feitas no software Stata 14.0, onde se realizou uma análise descritiva da
prevalência do desfecho e utilizou-se o teste exato de Fisher para comparar
proporções. Processo amostral: o estudo se tratou de um censo, incluindo 1226
parturientes riograndinas submetidas ao parto vaginal no ano de 2016. Resultados:
mais da metade da amostra foi composta por mulheres com idade igual ou superior
aos 22 anos (64,9%), cor da pele branca (64,7%), 9 anos ou mais de estudo (51,6%),
vivia com companheiro (79,0%), não era primípara (58,0%) e utilizou o Sistema Único
de Saúde como fonte de pagamento da internação (94,3%). O exame de toque (68,3%),
a episiotomia (41,3%), o uso de medicamento (33,8%), a amniotomia (30,2%) e a
manobra de Kristeller (23,1%) foram as práticas com maior prevalência. Outras menos
freqüentes foram a falta de informação (8,8%), jejum (7,6%), desrespeito (5,8%),
posição supina (3,3%), tricotomia (2,0%) e enema (1,4%). Quando agrupadas de acordo
com a gravidade, 50,9% das mulheres relataram sofrer práticas mais severas (categoria
2), sendo mais fequente nas mais jovens (67,2%), com maior escolaridade (58,4%),
primíparas (69,8%) e com pagamento privado da internação (72,9%). Mesmo diante
dessas taxas, apenas 2,6% das mulheres se reconhecem como vítimas de qualquer tipo
de violência. Conclusões: os achados do estudo evidenciam um modelo de assistência
intervencionista que precisa se adequar as orientações propostas pela Organização
Mundial de Saúde. |
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Objective: To investigate the prevalence of practices associated with obstetric violence
and its distribution according to characteristics of parturients residing in the city of Rio
Grande, Brazil. Target population: Pregnant women from the city of Rio Grande, from
urban or rural areas, submitted to vaginal delivery from January 1st to December 31th,
2016. Study Design:This population-based cross-sectional studyis part of a larger
project called "Perinatal Study", conducted every three years, which aimsto evaluate
gestation and delivery assistance in Rio Grande. Outcome: It was characterized when
the parturient answered "YES" to any of the questions from number 01 to 15 or "NO"
to the question 16 related to “practices associated with obstetric violence”. Analyzes
were performed using Stata 14.0 software.Descriptive analysis was used to investigate
outcome’s prevalence and Fisher's exact test was used to compare proportions.
Sampling process: This study was a census, including 1226 parturients from Rio Grande
underwent vaginal delivery in 2016. Results: more than half of the sample was
composed by women aged 22 years or over (64.9%), white (64.7%), with 9 years or
more of study (51.6%), lived with a partner (79.0%), was not primiparous (58.0%) and
used public health system as a source of hospitalization payment (94.3%). Touch
examination (68.3%), episiotomy (41.3%), use of medication (33.8%), amniotomy
(30,2%) and Kristeller's maneuver (23.1%) were the most prevalent practices. Other
less frequent practices were lack of information (8,8%), fasting (7.6%), disrespect
(5.8%), supine position (3.3%), trichotomy (2.0%) and enema (1.4%). When grouped
according to severity, 50.9% of the women reported severe practices (category 2),
being more frequent among the younger ones (67.2%), with higher education (58.4%),
primiparous women (69.8%) and with private hospitalization (72.9%). Despite the rates
found, only 2.6% of the women recognized themselves as victims of violence.
Conclusions: The findings of this study show a model of interventionist assistance that
needs to be adapted to the guidelines proposed by the World Health Organization.
Descriptors: obstetric delivery; violence against women; public health. |
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