Abstract:
Objetivo: medir correlação entre gasto público em saúde e indicadores de cobertura e mortalidade no Rio Grande do Sul.
Metodologia: estudo ecológico que incluiu todos os 497 municípios do estado do Rio Grande do Sul entre os anos de 2005 e 2014. Os dados foram obtidos junto ao DATASUS e SIOPS. Os desfechos avaliados foram: 1) cobertura para realização de citopatológico de colo uterino entre mulheres de 25 a 64 e 2) de sete ou mais consultas de pré-natal; 3) taxa de mortalidade prematura, entre 30 e 69 anos de idade de ambos os sexos, por doenças crônicas não transmissíveis do aparelho circulatório, câncer, diabetes e doenças respiratórias; e 4) coeficiente de mortalidade infantil (CMI).
Resultados: entre 2005 e 2014 o valor gasto por habitante aumentou cerca de 3,5 vezes, passando de R$ 241,02 para R$ 895,29. Entre municípios do maior tercil de renda houve correlação positiva para gasto percapita em saúde e as coberturas para citopatológico de colo uterino e de consultas de pré-natal, com coeficiente de 0,35 (p<0,001) e 0,07 (p=0,006), respectivamente. A taxa de mortalidade prematura foi de -0,28 (p<0,001), enquanto o coeficiente de mortalidade infantil foi de -0,11 (p<0,001).
Conclusões: o estudo mostrou substancial aumento do gasto em saude por habitante no período. Revelou ainda que, para o conjunto dos 497 municípios do estado do Rio Grande do Sul, quanto maior o investimento em saúde, maior a cobertura para realização de citopatológico de colo uterino e de sete ou mais consultas pré-natal e menor as taxas de mortalidade prematura e infantil. Isto sugere que quanto maior o investimento em saúde por habitante, melhor a cobertura e menor a mortalidade para esses indicadores.
Objective: to measure the rate between public spending on health and coverage and mortality indicators in Rio Grande do Sul.
Methodology: ecological study that includes all 497 municipalities in the state of Rio Grande do Sul between the years 2005 and 2014. The data were obtained from DATASUS and SIOPS. The outcomes obtained were: 1) coverage for cervical cytopathology among women aged 25 to 64 and 2) seven or more prenatal consultations; 3) premature mortality rate, between 30 and 69 years of age of both sexes, due to chronic non-communicable diseases of the circulatory system, cancer, diabetes and respiratory diseases; and 4) infant mortality rate (IMC).
Results: between 2005 and 2014 the amount spent per inhabitant increased about 3.5 times, from R $ 241.02 to R $ 895.29. Among municipalities with the highest income tertile, there was a positive correlation for per capita health expenditure and coverage for cervical cytopathology and prenatal consultations, with a coefficient of 0.35 (p <0.001) and 0.07 (p = 0.006) , respectively. The premature mortality rate was -0.28 (p <0.001), while the infant mortality rate was -0.11 (p <0.001).
Conclusions: the study showed an increase in health expenditure per inhabitant in the period. It also revealed that, for all 497 municipalities in the state of Rio Grande do Sul, the greater the investment in health, the greater the coverage for cervical cytopathology and seven or more prenatal consultations and the lower mortality rates. premature and infantile. This means that greater investment in health per inhabitant, better coverage and lower mortality for these indicators.