Abstract:
O processo de construção do Enfermeiro cuidador mobiliza variáveis de natureza afetiva, cognitiva,social e biológica, as quais influenciam as múltiplas interações que esse sujeito vivencia em todo seu ciclo de vida, nos diferentes contextos em que atua e se constrói como profissional. Sustentado nesta posição teórica,este estudo tem como objetivo geral compreender a relação entre a prática desenvolvida por enfermeiros que cuidam de pessoas mentalmente doentes e os saberes que se agregam à formação/construção destes profissionais,em diferentes contextos. Especificamente objetiva:(1) Identificar as experiências familiares que influenciam na construção/formação do Enfermeiro cuidador de pessoas mentalmente doentes; (2) Identificar as referências teórico/práticas que prioritariamente influenciam na formação/construção do Enfermeiro cuidador de pessoa mentalmente doente; (3) Identificar nas experiências vivenciadas na família, na vida acadêmica e profissional, o processo de construção do enfermeiro para cuidar de pessoas mentalmente doentes.Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, cujos dados foram coletados em três hospitais gerais, nas unidades de clínica médica, clínica cirúrgica, hospital dia HIV/AIDS, pronto socorro; cinco centros de atenção psicossociais (CAPS I, II, III e AD); dois hospitais psiquiátricos; três unidades básicas de saúde com Estratégia de Saúde da Família, localizadas nas cidades de Pelotas/RS e Rio Grande/RS, através de entrevistas semi estruturadas, realizadas com trinta Enfermeiros, com ênfase nas experiências familiares, acadêmicas e profissionais, que o habilitam como cuidador de pessoas mentalmente doentes. Os dados foram submetidos à análise textual discursiva, balizada pela Teoria bioecológica do desenvolvimento humano, a qual possibilita compreender as interações entre seres humanos, em diferentes contextos nos quais convivem.Os resultados mostraram que o enfermeiro se constrói cuidador, a partir das vivencias aprendidas na família, as quais incorpora os princípios, valores e saberes, com base na formação cultural repassada pela família.Os valores como a honestidade e o respeito, são transportados para a vida acadêmica, quando associam ao seu fazer com as Teorias e Práticas da Enfermagem. Estas aptidões são desenvolvidas e aprofundadas na vida profissional com as relações de proximidade entre o enfermeiro e as pessoas que fazem parte de seu cotidiano de trabalho. As relações face a face vivenciadas na família se perpetuam e se transformam em práticas de cuidados, considerando a pessoa mentalmente doente como um ser singular que necessita cuidados, momento em que se mantem as relações interpessoais e a empatia. Assim, se confirma a tese que o enfermeiro nos diferentes contextos de cuidados, seja na vida familiar, acadêmica e profissional, se constrói como cuidador de pessoas mentalmente doentes, conforme as relações que estabelecem nas diferentes etapas dos ciclos de vida. Salienta-se ainda que nesta árdua tarefa de se construir cuidador os enfermeiros enfrentam barreiras, pois alguns deles não possuem a aptidão para cuidar em saúde mental. Porque, não se identificam com esta disciplina, a saúde mental, os serviços não proporcionam capacitações especificas para o cuidado, mas ainda assim, estes profissionais proporcionam os cuidados a pessoa mentalmente doente.
The context of nurse caregivers’ preparation involves affective, cognitive, social and biological aspects, which are influenced by multiple interactions these individuals experience in their whole life cycle, in the different contexts in which they act andestablish themselves as professionals. Supported by this theoretical approach, this study aims at understanding the relationship between the work developed by nurses who work with mentally ill people and how the knowledge acquired contributes to their formation/growth as professionals, in different contexts. It aims specifically at: (1) Identify which family experiences influence the formation/growth of the nurse caregiver of mentally ill people; (2) Identify the practical/theoretical references that influence the formation/growth of the nurse caregiver of mentally ill people the most; (3) Identify amongst family, academic and professional experiences, the process nurses undergo to become caregivers for mentally ill people. It’s a qualitative, descriptive and exploratory study, in which the data was collected from 3 general hospitals, in the units of medical clinic, surgical clinic, HIV/AIDS hospital, emergency unit; five centres of psychosocial attention (CAPS I, II, III e AD); two psychiatric hospitals; three basic health units with Family Health Strategy, in the cities of Pelotas/RS e Rio Grande/RS, through semi-structured interviews,answered by thirty nurses, emphasizing academic, professional and family experiences, that they go through as caregivers of mentally ill people. The data underwent discursive textual analysis, delimited by the Biological Theory of Human Development, whichenables us to understand the interactions between human beings, in different contexts in which they cohabit. The results showed that the nurse becomes a caregiver from shared experiences with the families, and families’ knowledge, values and principles are incorporated by the nurse. Values such as honesty and respect are visible in their academic lives, when they associate their work with the Theories and Practices of Nursing. These aptitudes are developed and deepened in their professional lives with the proximity between nurses and people who are part of their everyday working lives. The face to face relationships within the families perpetuate and change into caring practice, considering the mentally ill person as a singular being that needs care, momentin which the interpersonal relationships and empathy take place. So, it is confirmed the thesis that nurses in different care contexts, whether in family lives, or academic and professional life, becomes a caregiver for mentally ill people, according to the relationships established in different life cycle phases. We point out that in this arduous task of becoming caregivers, nurses face obstacles, for some of them don’t have the aptitude for working in mental health. Because they don’t relate to this subject, their caring show signs of lack of specific training, but still, these nurses provide care to the mentally ill people.
El proceso de construcción del enfermero cuidador moviliza variables de naturaleza afectiva, cognitiva, social y biológica, las cuales influencian las múltiples interacciones que ese sujeto experimenta en todo su ciclo de vida, en los diferentes contextos en que actúa y se construye como profesional. A partir de esta posición teórica, esta pesquisa tiene como objetivo general comprender la relación entre la práctica desarrolladla por enfermeros que cuidan de personas mentalmente enfermas y los saberes que se agregan a la formación/construcción de esos profesionales en diferentes contextos. Específicamente objetiva: (1) Identificar las experiencias familiares que influencian en la construcción/formación del enfermero cuidador de personas mentalmente enfermas; (2) Identificar las referencias teórico/prácticas que prioritariamente influencian en la formación/construcción del enfermero cuidador de persona mentalmente enferma; (3) Identificar en las experiencias familiares, en la vida académica y profesional, el proceso de construcción del enfermero para cuidar de personas mentalmente enfermas. Se trata de un estudio cualitativo, descriptivo y exploratorio, cuyos datos han sido colectados en tres hospitales generales, en las unidades de clínica médica y clínica de cirugía, hospital de asistencia a los portadores de HIV/AIDS, primeros auxilios; cinco centros de atención psicosociales (CAPS I, II, III y AD); dos hospitales psiquiátricos; tres unidades básicas de salud con Estrategia de Salud de la Familia, localizadas en las ciudades de Pelotas/RS y Rio Grande/RS, a través de entrevistas semiestructuradas, realizadas con treinta Enfermeros, con énfasis en las experiencias familiares, académicas y profesionales las cuales habilitan el profesional como cuidador de personas mentalmente enfermas. Los datos fueron sometidos a un análisis textual discursivo, basada por la Teoría bioecológica del desarrollo humano, la cual posibilita comprender las interacciones entre seres humanos, en diferentes contextos en los cuales conviven. Los resultados mostraron que el enfermero se vuelve cuidador a partir de las experiencias aprendidas en el ciclo familiar, las cuales incorporan los principios, los valores y los saberes basados en la formación cultural repasada por la familia. Los valores como la honestidad y el respeto son transmitidos para la vida académica y asociados a las Teorías y Prácticas de Enfermaría. Estas aptitudes son desarrolladas y profundizadas en la vida profesional como las relaciones de proximidad entre el enfermero y las personas que forman parte de su cotidiano de trabajo. Las relaciones experimentadas en la familia se perpetúan y se transforman en prácticas de cuidados, considerando la persona mentalmente enferma como un ser singular que necesita cuidados, momento en que se mantiene las relaciones interpersonales y la empatía. Así, se confirma la tesis que el enfermero, en los diferentes contextos de cuidados, sea en la vida familiar, académica y profesional, construye su perfil como cuidador de personas mentalmente enfermas según las relaciones establecidas en las diferentes etapas de los ciclos de su vida. Es importante destacar que en la ardua tarea de construcción del perfil del cuidador los enfermeros enfrentan obstáculos, pues ni todos tienen la aptitud para trabajar con los problemas relacionados a la salud mental. Eso ocurre debido al hecho de la falta de identificación de algunos enfermos con esta asignatura, la salud mental, además los servicios no proporcionan capacitaciones específicas para el cuidado, pero mismo así, esos profesionales proporcionan los cuidados a la persona mentalmente enferma.