Abstract:
Introdução: A pesca artesanal constitui-se em atividade produtiva com médio grau de risco para os pescadores artesanais. Tem-se identificado uma banalização da exposição a riscos, em diferentes ambientes de trabalho, em decorrência da necessidade de ampliar a produtividade e o acesso a recursos financeiros. Objetivo: Identificar os riscos e as doenças ocupacionais, autorreferidas pelos pescadores artesanais, relacionados ao exercício de suas ações de trabalho. Metodologia: Investigação exploratório-descritiva, do tipo transversal e de caráter quantitativo. Realizada com 250 pescadores artesanais, selecionados por amostragem de conveniência. Para o cálculo amostral utilizou-se ferramenta Stat Calc do Programa Epi Info 6.4, com nível de confiança de 95%. A população constituiu-se de 1150 pescadores artesanais, de acordo com consulta documental nas Colônias de Pescadores: Z2 do município de São José do Norte e Z11 de Tavares, ambos do Estado do Rio Grande do Sul. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FURG e respeitou a Resolução nº466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Após a coleta e organização dos dados, as informações foram digitadas e analisadas, por meio da estatística descritiva, no software Statistical Package for the Social Sciences, versão 21.0. As variáveis foram apresentadas por suas frequências, absolutas e relativas e a numérica por meio da média. Resultados: os riscos ocupacionais do tipo físico foram os mais frequentes 93,6% (n=234). Os riscos ergonômicos corresponderam a 92,8% (n=232), o risco de acidentes 50,8% (n=127), os biológicos 25,6% (n=64) e os riscos químicos totalizaram 6% (n=15). Quanto às doenças ocupacionais, as mais frequentes foram às ligadas à mucosa ocular com 59,6% (n=149). Os distúrbios circulatórios 44% (n=110), sendo a hipertensão arterial sistêmica a doença mais frequente 32% (n=80). As alterações gástricas 43,2% (n=108) e distúrbios endócrinos 11,2% (n=28). As alterações dermatológicas 40,8% (n=102) e os distúrbios respiratórios 27,6% (n=69). Os distúrbios auditivos 24,4% (n=61) e os geniturinários 15,6% (n=39). Quanto ao uso do Equipamento de Proteção Individual, o mais autorreferido foi a bota de borracha com frequência de 72,8% (n=182), seguido pelo protetor solar com 46% (n=115) e o colete salva-vidas 20,8% (n=52). Conclusão: Os riscos ocupacionais do tipo físico, ergonômico, de acidente, biológico e químico são decorrentes dos vários fatores aos quais os pescadores artesanais estão expostos. Verificou-se, dessa forma, a necessidade de realização de atividades de educação em saúde, adaptada à realidade dos pescadores artesanais. Por estarem imersos em uma realidade de dificuldade socioambiental e a baixa adesão ao uso de Equipamento de Proteção Individual os pescadores artesanais estão mais predispostos a desenvolverem doenças ocupacionais.
Introduction: Artisanal fishing is a productive activity with a medium degree of risk for artisanal fishermen. A banalization of risk exposure has been identified in different work environments due to the need to increase productivity and access to financial resources. Objective: Identify occupational risks and diseases, self-reported by artisanal fishermen, related
to the exercise of their work actions. Methodology: Exploratory-descriptive research, of the transversal type and of quantitative character. Made with 250 artisanal fishermen, selected by sampling of convenience. For the sample calculation, was used a Stat Calc tool from the Epi Info program 6.4, with a confidence level of 95%. The population consists of 1150 artisanal fishermen, according to documentary consultation in the Fishermen's Colonies: Z2 of the municipality of São José do Norte and Z11 of Tavares, both of the State of Rio Grande do Sul. The project was approved by the Research Ethics Committee of FURG and complied with Resolution 466/12 of the National Health Council. After the collection and organization of the data, the information was typed and analyzed, using descriptive statistics, in the Statistical Package for Social Sciences software version 21.0. The variables were presented by their absolute and relative frequencies and the numerical by means of the mean. Results: Occupational risks of the physical type were the most frequent 93.6% (n=234). The ergonomic risks corresponded to 92.8% (n=232), the risk of accidents 50.8% (n=127), the biological risks 25.6% (n=64) and the chemical risks totaled 6% (n=15). Regarding occupational diseases, the most frequent were those related to the ocular mucosa with 59.6% (n=149). Circulatory disorders 44% (n=110), being systemic arterial hypertension the most frequent disease 32% (n=80). Gastric changes 43.2% (n=108) and endocrine disorders 11.2% (n=28). The dermatological alterations 40.8% (n=102) and the respiratory disorders 27.6% (n=69). Auditory disorders were 24.4% (n=61) and genitourinary disorders 15.6% (n=39). Regarding the use of personal protective equipment, the most self-reported was the rubber boot with frequency of 72.8% (n=182), followed by sunscreen with 46% (n=115) and the lifejacket 20.8% (n=52). Conclusion: Occupational hazards of the physical, ergonomic, accident, biological and chemical type are due to the various factors to which artisanal fishermen are exposed. Thus, it was verified the need to carry out health education activities, adapted to the reality of artisanal fishermen. Because they are immersed in a reality of socio-environmental difficulty and low adherence to the use of Personal Protective Equipment, artisanal fishermen are more predisposed to develop occupational diseases.
Introducción: La pesca artesanal se constituye en actividad productiva con medio grado de riesgo para los pescadores artesanales. Se ha identificado una banalización de la exposición a riesgos, en diferentes ambientes de trabajo, como consecuencia de la necesidad de ampliar la productividad y el acceso a recursos financieros. Objetivo: Identificar los riesgos y las enfermedades ocupacionales, autorreferidas por los pescadores artesanales, relacionados al ejercicio de sus acciones de trabajo. Metodología: Investigación exploratoria-descriptiva, del tipo transversal y de carácter cuantitativo. Realizada con 250 pescadores artesanales, seleccionados por muestreo de conveniencia. Para el cálculo muestral se utilizó herramienta Stat Calc del Programa Epi Info 6.4, con nivel de confianza del 95%. La población se constituyó de 1150 pescadores artesanales, de acuerdo con consulta documental en las Colonias de Pescadores: Z2 del municipio de San José del Norte y Z11 de Tavares, ambos del Estado de Rio Grande do Sul. El proyecto fue aprobado por el Comité de Ética en la investigación de la FURG y respetó la Resolución Nº466 / 12 del Consejo Nacional de Salud. Después de la recolección y organización de los datos, las informaciones fueron digitadas y analizadas, a través de la estadística descriptiva, en el software Statistical Package for the Social Sciences, versión 21.0. Las variables fueron presentadas por sus frecuencias, absolutas y relativas y la numérica por medio de la media. Resultados: los riesgos ocupacionales del tipo físico fueron los más frecuentes 93,6% (n = 234). Los riesgos ergonómicos correspondieron al 92,8% (n = 232), el riesgo de accidentes 50,8% (n = 127), los biológicos 25,6% (n = 64) y los riesgos químicos totalizaron el 6% (n = 15). En cuanto a las enfermedades ocupacionales, las más frecuentes fueron las ligadas a la mucosa ocular con el 59,6% (n = 149). Los trastornos circulatorios 44% (n = 110), siendo la hipertensión arterial sistémica la enfermedad más frecuente 32% (n = 80). Las alteraciones gástricas el 43,2% (n = 108) y los disturbios endocrinos el 11,2% (n = 28). Las alteraciones dermatológicas 40,8% (n = 102) y los disturbios respiratorios el 27,6% (n = 69). Los disturbios auditivos 24,4% (n = 61) y los geniturinarios 15,6% (n = 39). En cuanto al uso del equipo de protección individual, el más autorreferido fue la bota de goma con frecuencia del 72,8% (n = 182), seguido por el protector solar con 46% (n = 115) y el chaleco salvavidas 20, 8% (n = 52). Conclusión: Los riesgos ocupacionales del tipo físico, ergonómico, de accidente, biológico y químico se derivan de los diversos factores a los que los pescadores artesanales están expuestos. Se verificó, de esa forma, la necesidad de realizar actividades de educación en salud, adaptada a la realidad de los pescadores artesanales. Por estar inmersos en una realidad de dificultad socioambiental y la baja adhesión al uso de equipo de protección individual los pescadores artesanales están más predispuestos a desarrollar enfermedades ocupacionales.
