Abstract:
O processo de trabalho do enfermeiro deve suplantar qualquer forma de articulação estanque em suas práticas, pois suas ações necessitam de um planejamento contextualizado, para que se possa identificar, envolver e apreender as subjetividades inerentes a este processo, além de produzir sua subjetividade de maneira singular. Estar normalizado à cultura organizacional pode indicar adaptação ao processo de trabalho instituído, adotando um código de comandos de poder e saber, em que os conhecimentos científicos não se apresentam como instrumento de enfrentamento, frente ao processo estabelecido. Suas propriedades, que poderiam gerar enfrentamentos, são utilizadas para a normalização de sua condição e não para um entorpecimento ou modificação da cultura organizacional. Desta forma, defende-se a seguinte tese: O enfermeiro, independentemente do tempo, instituição de origem de sua formação e cursos de pós-graduação realizados, ao ser admitido em uma instituição hospitalar, geralmente, se adapta à cultura organizacional como uma estratégia de normalização, que parece inibir sua produção de subjetividade, dificultando assim, a realização de ações transformadoras que promovam um cuidado de qualidade. Este estudo teve como objetivo geral conhecer os fatores que envolvem a adaptação do enfermeiro à cultura organizacional, em uma perspectiva de modos de produção de sua subjetividade. Foi realizada uma pesquisa de cunho qualitativo, desenvolvida no contexto de um Hospital. Os participantes do estudo foram 12 enfermeiros, sendo a pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande (CEPAS-FURG) sob parecer número 41/2015. Os dados foram tratados pelo método de análise de conteúdo proposto por Bardin. Com os resultados foi possível constatar que existem alguns fatores principais que influenciam a adaptação do enfermeiro à cultura organizacional: a força da instituição hospitalar; a conduta de enfermeiros mais antigos sobre mais novos; o medo de perder o emprego; mudança da função de técnico de enfermagem para enfermeiro; a formação acadêmica; pouca autonomia no trabalho; pensamento político enfraquecido por parte do enfermeiro; identidade unificada pelo sistema dominante; culpabilização; falta de integração dos enfermeiros; atividades burocráticas; ambição profissional limitada; valorização do capital financeiro. O enfermeiro, ao mergulhar no ambiente hospitalar, veste o uniforme subjetivo padrão, expressando minimamente suas ferramentas contra-hegemônicas, unificando ainda mais os comportamentos singulares que podem promover uma protrusão com a ordem capitalista. Dessa forma, coíbe alguns processos que poderiam se tornar inovadores e atuais, evitando a possibilidade de ser visto como um ser marginalizado, que não se encaixa nas leis do trabalho. Aprofundar o estudo das questões que envolvem o trabalho do enfermeiro é fundamental e, acredita-se, que os pontos destacados precisam de estudos permanentes, não se encerrando com os resultados desta tese, pois o contexto de trabalho do enfermeiro é diversificado e dinâmico e a forma como o enfermeiro vem produzindo e reproduzindo subjetividade merece estudos fartos e impetuosos.
Nurses seem to adapt, without noticing, to the way the institution that hired them adopts as a work form. The work process of the nurse must supplant any ways of articulation stagnant on his/her practices, for the reason that his/her actions need a contextualized planning, to be able to identify, involve and apprehend the inherent subjectivies to this process, beyond only producing his/her subjectivity in a singular way. Being normalized to the organizational culture may indicate adapting to the process of instituted work, adopting a code of commands of power and knowledge, where scientific knowledge does not present itself as instrument of confrontation, considering the established process. His/her properties, which could cause confrontation, are utilized to the normalization of his/her condition and not to the numbness or modification of the organizational culture. Considering all this information, the following thesis is defended: The nurse, despite the time, institution where he/she graduated and the major studied, when admitted to a health institution such as a hospital, usually, adapts to the organizational culture as a strategy of normalization, that seems to inhibit his/her subjectivitys production, making difficult, the accomplishment of changing actions that promote a high quality control. This study had as general goal getting to know the factors that involve the nurses adaptation to the organizational culture, in a perspective of productions ways of his/her subjectivity. The research was classified as a qualitative research, developed in the context of a hospital. The participants of this study were 12 nurses, the research being approved by the committee of research ethics of Federal University of Rio Grande (CEPAS - FURG) under the register number 41/2015. The data were treated by the method of content analysis proposed by Bardin. With the results it was possible to certify that there are some main factors that have an effect on the nurses adaptation to the organizational culture: The strength of the hospital; The older nurses behavior in relation to the new nurses; The fear of losing the position they have; The changing of being a nursing technician to becoming a nurse; The major itself; Little autonomy at work; Nurses who have weakened political thoughts; Unified identity by the dominant system; Culpability; Lack of interaction between the nurses; Bureaucratic activities; Limited professional ambition; Valorization of the financial capital grant. The nurse, when walks into the hospital environment, wears the subjective patterned uniform, showing a little of his/her tools, unifying even more the particular behaviors that promote a protrusion with the capitalist order. In this way, some processes that could become innovative are actually repressed, avoiding the possibility of being seeing as something marginalized that does not fit the working rules. Making the study of these questions that involve the nurses work deeper is essential and, it is believed that the stressed points need to be studied permanently, not ceasing with this thesis results, because the work context of a nurse is diversified and dynamic and the way that nurses have been producing and reproducing subjectivity deserves high quality studies.
Los enfermeros aparentan adaptarse, invariablemente, a la forma de labor adoptada por la institución que los contrata. Oproceso de trabajo del enfermero debe suplantar cualquier forma de articulación estanque en sus prácticas, pues sus acciones necesitan de una planificación contextualizada para que se pueda identificar, envolver y aprender las subjetividades inherentes a este proceso, además de producir su subjetividad de manera singular. Estar normalizado a la cultura local puede indicar la adaptación al proceso de trabajo instituido, adoptando un código de ética de comandos de poder y saber, donde los conocimientos científicos no se presentan como instrumento de enfrentamiento, frente a un proceso establecido. Sus propiedades, que podrían generar enfrentamientos,son utilizadas para la normalización de su condición y no para un entorpecimiento o modificación de la cultura organizacional. Desta forma se defiende la siguiente tesis: El enfermero, independientemente del tiempo, institución de origen de su formación ycursos de posgrados realizados, al ser admitido en una institución hospitalaria generalmente se adapta a la cultura organizacional como una estrategia de normalización que pareciera inhibir su producción de subjetividad dificultando así la realización de acciones transformadoras que promuevan un cuidado de calidad. Este estudio tuvo como objetivo general conocer los factores que envuelven la adaptación del enfermero a la cultura organizacional, en una perspectiva de formas de producción de su subjetividad.Fue realizada una investigación de acuño cualitativo, desarrollada en el contexto de un hospital. Los participantes del estudio fueron 12 enfermeros, siendo la investigación aprobada por el Comité de ética en Pesquisa de la Universidad Federal de Rio Grande (CEPAS-FURG) bajo parecer 41/2015. Los candidatos fueron tratados por el método de contendido propuesto por Bardín. Los datos fueron tratados por el método de análisis de contenido propuesto por Bardin. A través de los resultados fue posible constatar que existen algunos factores principales influyen la adaptación del enfermero a la cultura organizacional: La fuerza de la institución hospitalaria: La conducta de los enfermeros más antiguos sobre los más nuevos: El miedo a perder el empleo: La mudanza de función de técnico de enfermería a enfermero: La formación académica: Poca autonomía en el trabajo: Pensamiento político debilitado por parte del enfermero: Identidad unificada por el sistema dominante: Culpabilización; Falta de integración de los enfermeros; Actividades burocráticas; Ambición profesional limitada; valorización del capital financiero. El enfermero al bucear en el ambiente hospitalario viste el uniforme subjetivo patrón, expresando mínimamente sus herramientas contra-hegemónicas, unificando todavía más los comportamientos singulares que pueden promover una protrusión com el orden capitalista. De esta forma, cohíbe algunos procesos que podrían convertirse en innovadores y actuales, evitando a marginalizacion, que no se encaje a las leyes laborales. Profundizar el estudio de las cuestiones que 13involucran el trabajo del enfermero es fundamental y, se cree, que los puntos destacados necesitan de estudios permanentes, no cerrándose con los resultados de esta tesis, pues el contexto de trabajo del enfermero es diversificado y dinámico y la forma como el enfermero viene produciendo y reproduciendo subjetividades merece estudios hartos e impetuosos.