Abstract:
O assédio moral caracteriza-se como um processo de insultos, ameaças e agressões psíquicas ou físicas, podendo resultar no desequilíbrio emocional dos estudantes e, como consequência da violência sofrida, pôr em risco sua permanência na universidade. O objetivo da pesquisa foi analisar a frequência do assédio moral vivenciado por estudantes de graduação em enfermagem de uma instituição pública no Sul do Brasil. Realizou-se uma pesquisa quantitativa, com estudantes matriculados no Curso de Graduação em Enfermagem, adotando para a coleta de dados o Questionário Sobre Maltrato Psicológico no Trabalho, o qual foi adaptado culturalmente e validado. A análise dos dados ocorreu através do software estatístico Statistical Package for Social Sciences, versão 22.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa na Área da Saúde (parecer nº 156/2015). A pesquisa resultou em dois artigos científicos: no primeiro foi realizada uma adaptação cultural de um instrumento inicialmente proposto à trabalhadores da saúde, para o ambiente acadêmico. O instrumento é composto por 36 itens, sendo que respostas foram dadas através de uma escala Likert que variava entre zero e cinco, conforme a frequência que os estudantes sofriam assédio moral. Foram seguidas três etapas no processo de adaptação: comitê de especialistas; pré-teste e revisão do processo de adaptação pelos desenvolvedores. Foram seguidas as diretrizes internacionais para maximizar a obtenção experiencial e conceitual entre o instrumento original e o instrumento adaptado. Após o cumprimento das etapas a versão final do questionário foi considerada aprovada e foi intitulado “Questionário sobre Maltrato Psicológico na Graduação em Enfermagem”. No segundo artigo, verificou-se que o assédio moral parece estar presente na graduação em Enfermagem, pois 47 estudantes afirmaram terem sofrido esse tipo de violência na graduação e 82 estudantes presenciaram situações de assédio moral com seus colegas no ambiente acadêmico. As situações de assédio moral mais citadas pelos estudantes, por no mínimo 6 meses e com uma frequência semanal foram: não ser cumprimentado, ser exposto a críticas por parte de colegas, ser exposto a críticas por parte de professores, receber olhares de desprezo, sofrer pressão ou sentir que o professor exerce um controle sobre suas ações de modo diferenciado entre você e seus colegas e ser acusado injustamente de cometer erros. Os estudantes avaliaram seu relacionamento predominantemente como regular: entre colegas (87 estudantes) e com professores (105 estudantes). Reprovaram em ao menos uma das disciplinas ofertadas no curso (90 estudantes) e pensaram em abandonar a graduação em enfermagem em algum momento (79 estudantes). Após a formatura, a maioria dos estudantes pretende atuar na assistência de enfermagem (59 estudantes), cursar mestrado (53 estudantes) e/ou cursar residência (51 estudantes). Conclui-se que o assédio moral pode estar sendo vivenciado não apenas no curso de graduação em enfermagem; possivelmente, resultados similares aos dessa pesquisa possam ser encontrados em outras áreas do conhecimento, sugerindo-se que novas pesquisas sejam desenvolvidas com a finalidade de comparar os resultados da vivência do assédio moral na graduação em enfermagem com as vivências de outros cursos de ensino superior.
Moral harassment is characterized as a process of insults, threats and psychological or physical abuse, which can lead to emotional imbalance of students and, as a result of sustained violence, endangering their stay at the university. The aim of this study was to analyze the frequency of moral harassment experienced by undergraduate students in nursing in a public institution in southern Brazil. We conducted a quantitative survey with students enrolled in the Nursing Graduation Course, adopting for data collection the Questionnaire on the Psychological Maltreatment at Work, which was adapted culturally and validated. Data analysis used the statistical software Statistical Package for Social Sciences, version 22.0. The project was approved by the Research Ethics Committee at the Health Area (Opinion Number 156/2015). It resulted in two scientific works: firstly, a cultural adaptation of an instrument originally proposed to health workers to be conducted in the academic environment. Consisting of 36 items, the answers were given on a Likert scale ranging from zero to five, depending on the frequency that students suffered moral harassment. Three stages were followed in the process of adaptation: committee of experts; pre-test and review of the process of adaptation by developers. International guidelines were followed to maximize the experiential and conceptual results obtained between the original and adapted instrument. After accomplishing such steps, the final version of the questionnaire was considered approved and was entitled "Questionnaire on Psychological Maltreatment in Graduate Nursing". In the second study, it was found that sexual harassment seems to be present in the undergraduate nursing as 47 students said they had suffered such violence in undergraduate and 82 students witnessed situations of moral harassment with their colleagues in the university facilities. The moral harassment most often cited by students, for at least 6 months and in frequency of weeks were as follows: not being greeted, being exposed to criticism from colleagues, being exposed to criticism from professors, receiving contemptuous looks, suffering pressure or feeling that the professor exerts control over their actions differently concerning the students and their peers and being wrongly accused of making mistakes. Students rated their relationship as predominantly regular: among colleagues (87 students) and professors (105 students). Failing in at least one of the subjects offered in the course (90 students) and thinking of abandoning the nursing undergraduation course at some point (79 students). After graduation, most students intend to work in nursing care (59 students), attend master’s degree (53 students) and / or attend residence (51 students). It is concluded that moral harassment may be experienced not only in undergraduate degree in nursing; possibly similar results to this study can be found in other areas of knowledge, suggesting that further research should be developed in order to compare the results of the experience of moral harassment in undergraduate nursing course with the experiences of other higher education courses.
El acoso moral se caracteriza como un proceso de insultos, amenazas y agresiones psíquicas o físicas, pudiendo venir a cabo en el desequilibrio emocional de los estudiantes y, como consecuencia de la violencia sufrida, poner a riesgo su permanencia en la universidad. El objetivo de la pesquisa fue hacer el análisis de la frecuencia del acoso moral de la vivencia de los estudiantes del grado en enfermería de una institución pública en el sur de Brasil. Se ha realizado una pesquisa cuantitativa, con estudiantes matriculados en el Curso de Grado en Enfermería, adoptando para la recogida, el Cuestionario Sobre Maltrato Psicológico en el Trabajo, lo cual fue adaptado culturalmente y validado. El análisis de los datos ocurrió por el programa informático estadístico Statistical Package for Social Sciences, versión 22.0. El proyecto fue aprobado por el Comité de Ética en Pesquisa en el Área de la Salud (parecer nº 156/2015). La pesquisa ha resuelto en dos artículos científicos: en el primer fue realizada una adaptación cultural de un instrumento que, al empezar fue propuesto a los trabajadores de la salud, para el ambiente académico. El instrumento es compuesto por 36 ítems, a punto que las respuestas fueron hechas a través de una escala Likert que variaba entre cero y cinco, de acuerdo con la frecuencia en que los estudiantes sufrían acoso moral. Fueron seguidas tres etapas en el desarrollo de adaptación comité de especialistas; pretexte y repaso del proceso de
adaptación por los desarrolladores. Fueron seguidas las directrices internacionales para maximizar la obtenida de experiencias y conceptos entre el instrumento original y el instrumento adaptado. Después del cumplimento de las etapas la versión lista del cuestionario fue considerada aprobada y fue titulada “Cuestionario sobre Maltrato Psicológico en el Grado en Enfermería”. En el segundo artículo, se ha verificado que el acoso moral se parece estar presente en el grado en Enfermería, pues 47 estudiantes se lo afirmaron haber sufrido ese tipo de violencia en el grado y 82 estudiantes se lo presenciaron situaciones de acoso moral con sus compañeros en el ambiente académico. Las situaciones de acoso moral más citadas por los estudiantes, por el mínimo de los 6 meses y con una frecuencia semanal fueron: se no les cumplimentaban, se les exponían a las críticas por la parte de sus compañeros, se les exponían a las críticas por la parte de sus maestros, se les daban miradas minusvalorándoles, sufrir presión o sentir que el maestro se los ejercía un control sobre sus acciones de una forma distinta entre usted y sus compañeros y ser acusado injustamente de cometer errores. Los estudiantes evaluaron su relación en un promedio alto como regular: entre compañeros (87 estudiantes) y con maestros (105 estudiantes). Han reprobado en por lo menos una de las asignaturas ofrecidas en el curso (90 estudiantes) y pensaron en abandonar el grado en enfermería en algún punto (79 estudiantes). Después de cerrar el grado, la mayoría de los estudiantes han tenido la intención de actuar en la asistencia de enfermería (59 estudiantes), hacer la maestría (53 estudiantes) y/o hacer residencia (51 estudiantes). De eso se llega a la conclusión que el acoso moral puede que esté siendo vivido no sólo en el curso del grado en enfermería; hay la posibilidad de que resultados semejantes a los de ello puedan encontrarse en otras áreas del conocimiento, sugiriéndose que nuevas pesquisas sean desarrolladas con la finalidad de comparárselo, lo que ha resuelto de la vivencia del acoso moral en el grado en enfermería, con las vivencias de otros cursos de enseñanza superior.
