Abstract:
Este estudo objetivou compreender qual a percepção dos estudantes de enfermagem acerca das Diretivas Antecipadas de Vontade e conhecer a percepção dos estudantes de enfermagem acerca do protagonismo do enfermeiro frente às Diretivas Antecipadas de Vontade. Pesquisa de abordagem qualitativa de cunho exploratório-descritivo, que foi realizada junto à Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande, com estudantes de cada série (5ª a 10ª semestres) do Curso de Graduação. A coleta de dados ocorreu por meio da técnica de grupo focal, sendo realizados três encontros com duração média de uma hora e meia. A coleta teve início após aprovação do Comitê de ética sob parecer número 134/2017. Os dados foram submetidos à Análise Textual Discursiva. A partir da análise foram elaborados dois artigos. Relacionado à percepção dos estudantes de enfermagem acerca das Diretivas, emergiram duas categorias. Dentre os positivos, a Diretiva Antecipada de Vontade é vista como uma promovedora de morte digna, minimizadora da futilidade terapêutica, apoio familiar junto à equipe para dar voz ao paciente e a importância desse momento de discussão no meio acadêmico, contribuindo para discussão ao seio familiar. Como aspectos negativos foram elencados: a sensação de fracasso profissional, a omissão do profissional diante do estado de saúde do paciente, a mecanização do cuidado. De acordo com o papel do enfermeiro frente às Diretivas, emergiram duas óticas acerca das relações do enfermeiro com as Diretiva, sendo a primeira delas que compõe os elementos necessários para as relações do exercício profissional frente às Diretivas, o conhecimento técnico científico, segurança profissional e respaldo legal, autonomia profissional, protagonismo do enfermeiro, e instrumentalização profissional. A segunda diz respeito às relações do enfermeiro com paciente/família/equipe, dentre elas compreende-se, o vínculo como forma de despertar a comunicação do desejo do paciente, crenças pessoais e pré-conceitos, interlocutor entre os atores da Diretiva, sensibilização diante da temática, executar a advocacia do paciente, promover a autonomia do paciente e incitar discussões em equipe, educação permanente entre a equipe com intuito de atualização do conhecimento. Percebe-se que mesmo convivendo com algumas situações que remetam a temática em parte, os estudantes de enfermagem ainda ficam receosos e sensibilizados ao discorrer sobre Diretivas Antecipadas de Vontade. Dificuldade essa identificada por eles, principalmente, por fatores culturais muito fortes e em relação a pouca exposição do tema no seu processo de formação. Considera-se, também, que os fatores negativos elencados conseguem nos mostrar que todos eles têm a ver com fatores intrínsecos ao ser desses estudantes, fatores culturais e sociais que ainda estão muito entranhados nos nossos ensinamentos. Ainda, é pouco trilhada a implementação de discussões desse cunho dentro dos instituições de ensino. Em relação ao papel do enfermeiro, foram expostos alguns anseios em relação à segurança profissional e respaldo legal que refletem também, as mesmas dúvidas, dos profissionais que prestam assistência a esses pacientes em fim de vida, pela falta de suporte que é dado aos profissionais para tomadas de decisões importantes para com a vida/morte do outro.
The present study aimed to understand the perception of nursing students about the Advance Directives of Will and to know the nursing students' perceptions about the role of the nurse forward to advance policies will. As a methodology, this was a qualitative research with an exploratory-descriptive approach, which was carried out at the Nursing School of the Federal University of Rio Grande, with students from each grade (5th to 10th grade) of the Undergraduate Course. Data were collected through the focal group technique, where three meetings with an average duration of one and a half hours were performed. The collection began after approval of the opinion of the Ethics Committee under opinion 134/2017. The data were submitted to Discursive Textual Analysis. From the analysis were drawn up two articles. Regarding the perception of nursing students about the Directives, two categories emerged. Among the positive ones, the Advance Directive of Will as a promoter of dignified death, minimizing therapeutic futility, family support to the team to give voice to this patient and the importance of this moment of discussion in the academic environment, contributing to the discussion within the family. As negative aspects were listed: the feeling of professional failure, the professional's omission of the patient's state of health, the mechanization of care. According to the role of the nurse in relation to the Directives, two perspectives emerged about the nurses' relationships with directives, the first of which composes the necessary elements for the relations of the professional exercise to the Directives, scientific technical knowledge, professional security and legal support, professional autonomy, protagonism of the nurse, professional instrumentalization. Secondly, the nurse's relationship with patient / family / team, among them, the link as a way to awaken the patient's desire communication, personal beliefs and preconceptions, interlocutor between the actors of the Directive, awareness patient advocacy, promoting patient autonomy, and encouraging team discussions, ongoing education among staff to update knowledge. It is noticed that even when coexisting with some situations that refer the theme in part, nursing students are still afraid and sensitized when discussing Advance Directives of Will. Difficulty this identified by them, mainly, by very strong cultural factors and in relation to the little exposition of the subject in the process of the same formation. It is also considered that the negative factors listed can show us that they all have to do with factors intrinsic to the being of these students, cultural and social factors that are still deeply embedded in our teachings. Still, the implementation of discussions of this kind within the academic centers is scarcely done. Concerning the role of the nurse, some concerns were expressed regarding professional safety and legal support, which also reflect the same doubts as the professionals who provide assistance to these end-of-life patients, due to the lack of support given to professionals to these important decision-making towards the life / death of the other.
El presente estudio tuvo como objetivo comprender la percepción de los estudiantes de enfermería acerca de las Directivas Anticipadas de Voluntad y conocer la percepción de los estudiantes de enfermería sobre el papel de la enfermera para promover políticasinvestigación de abordaje cualitativo de cuño exploratorio-descriptivo, que fue realizada junto a la Escuela de Enfermería de la Universidad Federal del Río Grande, con estudiantes de cada serie (5ª a 10ª serie) del Curso de Graduación. La recolección de datos ocurrió por medio de la técnica de grupo focal, donde se realizaron tres encuentros con una duración media de una hora y media. La recolección se inició tras la aprobación del dictamen del Comité de ética bajo el dictamen 135/2017. Los datos fueron sometidos a análisis analítico discursivo. En el análisis se han elaborado dos artículos. Relacionado a la percepción de los estudiantes de enfermería acerca de las Directivas surgieron dos categorías. Entre los positivos, la Directiva como una promotora de muerte digna, minimizadora de la futilidad terapéutica, apoyo familiar junto al equipo para dar voz a ese paciente y la importancia de ese momento de discusión en el medio académico, para discusión al seno familiar. Como aspectos negativos fueron: la sensación de fracaso profesional, la omisión del profesional ante el estado de salud de ese paciente, la mecanización del cuidado. El papel del enfermero frente a las Directivas, surgieron dos ópticas acerca de las relaciones del enfermero con las Directivas, siendo la primera de ellas las relaciones del ejercicio profesional frente a las Directivas, el conocimiento técnico científico, la seguridad profesional y respaldo legal, autonomía profesional, protagonismo del enfermero, instrumentalización profesional. Y la segunda, a las relaciones del enfermero con paciente / familia / equipo, el vínculo como forma de despertar la comunicación del deseo del paciente, creencias personales y preconceptos, interlocutor entre los actores de la Directiva, sensibilización ante de la temática, ejecutar la abogacía del paciente, promover la autonomía del paciente e incitar discusiones en equipo, educación permanente entre el equipo. Se percibe que aun conviviendo con algunas situaciones que remiten a la temática en parte, los estudiantes de enfermería todavía se quedan temerosos y sensibilizados al discurrir sobre Directivas anticipadas de Voluntad, principalmente, por factores culturales muy fuertes y en relación a la poca exposición del tema en el proceso de formación de los mismos. Los factores negativos enumerados, nos pueden mostrar que todos ellos tienen que ver con factores intrínsecos al ser de esos estudiantes, factores culturales y sociales que aún están muy entran en nuestras enseñanzas. Es poco trillada la implementación de discusiones de ese cuño dentro de los centros académicos. En relación al papel del enfermero, se expusieron algunos anhelos en relación a la seguridad profesional y el respaldo legal que reflejan también, las mismas dudas, de los profesionales que prestan asistencia a esos pacientes al final de la vida, por la falta de soporte que se da a los profesionales para estas tomas de decisiones importantes para con la vida / muerte del otro.
