Abstract:
O objetivo principal desta tese é caracterizar geomorfologicamente as geleiras da Península Antártica, bem como identificar padrões espaciais de mudanças na posição frontal dos diferentes tipos de geleira, entre 2001 e 2015. As bacias de drenagem glacial dessa região foram delimitadas com o uso de imagens ASTER e modelos digitais de elevação, e para as áreas não cobertas pelas imagens ASTER foram utilizados dados LANDSAT TM e ETM+ e dados do banco de dados Antartic Digital Database (ADD). A partir de uma classificação supervisionada foi gerada uma máscara para as áreas livres de gelo para que o cálculo de área das bacias de drenagem não fosse superestimado. O inventário de geleiras resultou na delimitação de 1906 bacias de drenagem, entre as latitudes 61ºS e 73ºS, correspondendo a uma área de 476.507,83 km2. Deste total, as áreas livres de gelo correspondem a 5.363,38 km2. Para a análise de morfometria glacial, foram desconsideradas as áreas livres de gelo e as áreas menores que 0,5 km2, que representam 35 geleiras e uma área de 11,81 km2. Deste total de 1872 bacias de drenagem, 16 são plataformas de gelo. Desconsiderando as plataformas de gelo, as 1857 geleiras restantes possuem tamanhos entre 0,14 km2 e 35.347 km2, com uma área equivalente a 342.696,56 km2. Entre 2001 e 2015, as geleiras da Península Antártica perderam uma área de 1.339,68 km2 em suas frentes de gelo e ganharam 91,34 km2. Classificando a atividade da língua das bacias, é possível afirmar que 39% tiveram uma retração leve, e 21 % tiveram uma retração marcada e 9% avançaram sua porção frontal. As 16 plataformas de gelo contabilizam uma área de 128.436,08 km2. Das 16 plataformas de gelo da área de estudo, 11 sofreram retração e um pedaço da Larsen B, que não estava em contato com a atual porção principal remanescente dessa plataforma desapareceu. As áreas iniciais das plataformas de gelo, em 2001, eram de 137.677,16 km2, representando uma perda de 8.817,08 km2 de frente com um avanço de 35,67 km2. As bacias classificadas como de descarga se mostraram as mais sensíveis á mudanças, principalmente em relação a retração na sua frente. As bacias de drenagem glacial classificadas como desprendimento e flutuantes foram as mais sensíveis em relação a qualquer tipo de mudança, tanto no avanço como na retração da sua área frontal.
The major purpose of this thesis is to characterize geomorphologically glaciers of the Antarctic Peninsula, and to identify spatial patterns of changes in the frontal position of the different types of glaciers between 2001 and 2015. Limits of glacial drainage basins were identified using ASTER imagery and digital elevation models. Landsat TM and ETM + data and the Antartic Digital Database (ADD) were used in areas not covered by ASTER images. A supervised classification of the satellite images generated a mask of ice-free areas. The inventory of glaciers resulted in the delimitation of 1906 drainage basins between latitudes 61ºS and 73ºS corresponding to an area of 476,507.83 km2. Of this total, 5363.38 km2 correspond to ice-free areas. Ice-free areas and glaciers smaller than 0.5 km2 were not considered for estimating glacial morphometric data. The 1857 glaciers analyzed in this study have size between 0.14 km2 and 35.347 km2, with a total area of 342,696.56 km2 (ice shelves are not included here). Between 2001 and 2015, 1.339.68 km2 of ice was lost, while the area covered by glacier advance was estimated in 91.34 km2. In general, 39% of the glaciers had a slight retreat, 21% had a marked retreat, and 9% advanced during the time period of the study. The 16 ice shelves totalize an area of 128,436.08 km2. Between 2001 and 2015, 11 ice shelves experienced retreat and a piece of the Larsen B, which was not in contact with the current remaining major portion of this platform, disappeared. The initial area of ice shelves in 2001 was 137,677.16 km2. The glaciers classified as outlet glaciers showed to be the most sensitive to change, especially in relation to frontal retreat. The glacial catchments classified as calving and floating were the most sensitive towards any change both advance and retreat of its frontal area.