Abstract:
Objetivo: Descrever a prevalência da ingestão de alimentos marcadores de consumo
alimentar saudável e não saudável e sua associação com fatores socioeconômicos,
demográficos, comportamentais e de saúde.
População alvo: Mulheres da área rural em idade fértil de 15 a 49 anos de idade.
Delineamento: Estudo transversal, de base populacional, com mulheres da zona rural
do município de Rio Grande, RS, Brasil.
Desfecho: Consumo alimentar saudável e não saudável. O desfecho foi coletado
através do questionário de marcadores de consumo alimentar do Ministério da Saúde.
Processo amostral: O processo de amostragem foi sistemático para selecionar 80% das
mulheres da zona rural. Este processo foi realizado através do sorteio de um número
de 1 a 5 que correspondeu ao domicílio considerado excluído.
Análises: Foi utilizado a regressão de Poisson para a análise bruta e ajustada.
Resultados: Foram analisados dados de 963 mulheres entre abril e outubro de 2017.
Em relação aos marcadores saudáveis, os indicadores mostraram os seguintes
percentuais de consumo no dia anterior: feijão 71,2% (IC 95% 68,3 a 74,1), frutas
frescas 52,9% (IC 95% 49,7 a 56,0) e verduras e/ou legumes 55,1% (IC 95% 51,9 a 58,2).
Referente aos marcadores não saudáveis, os indicadores demonstraram: hambúrguer
e embutidos 22,5% (IC 95% 19,9 a 25,2), bebidas adoçadas 66,1% (IC 95% 63,1 a 69,1),
macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados 19,9% (IC 95%
17,4 a 22,4) e biscoitos recheados, doces ou guloseimas 35,5% (IC 95% 32,4 a 38,5). A
classificação econômica foi estatisticamente significativa para os marcadores
alimentares saudáveis, para o consumo de feijão foi a menor classe e para frutas e
verduras/legumes a maior classe. Destaca-se que a menor faixa etária, entre 15 e 19
anos, foi a categoria da variável idade que associou-se de forma significativa mais
frequentemente aos marcadores alimentares não saudáveis, ao maior consumo de
hambúrguer ou embutidos e de bebidas adoçadas.
Conclusões: O consumo alimentar na população do estudo apresentou prevalências
satisfatórias dos alimentos saudáveis. Em relação aos alimentos não saudáveis,
embora o ideal seja que não houvesse consumo, as prevalências não podem ser
consideradas elevadas. Estes resultados podem ser úteis nas ações de saúde.
Objective: To describe the prevalence of food intake of healthy and unhealthy food
consumption markers and its association with socioeconomic, demographic,
behavioral and health factors.
Target population: Rural women of childbearing age ranging from 15 to 49 years old.
Design: A cross-sectional, population-based study with women from the rural area of
Rio Grande, RS, Brazil.
Outcome: Healthy and unhealthy food consumption. The sample was made using the
food consumption markers questionnaire from the Ministry of Health.
Sampling: The sampling process was systematic to select 80% of the women in the
rural area. This process was carried out by drawing a number from 1 to 5 which
corresponded to the domicile considered excluded.
Analysis: Poisson regression was used for the blunt and adjusted analysis.
Results: Data from 963 women was analyzed between April and October 2017.
Regarding healthy markers, the indicators showed the following percentages of
consumption the previous day: beans 71.2% (CI 95% 68.3 to 74.1) , fresh fruits 52.9%
(IC 95% 49.7 to 56.0) and green vegetables and / or vegetables 55.1% (95% CI 51.9 to
58.2). Regarding unhealthy markers, the indicators showed: hamburger and sausage
22.5% (IC 95% 19.9 to 25.2), sweetened beverages 66.1% (IC 95% 63.1 to 69.1),
noodles instant snacks, packet chips or savory biscuits 19.9% (IC 95% 17.4 to 22.4) and
filled biscuits, sweets or treats 35.5% (95% CI 32.4 to 38.5). The economic classification
was statistically significant for healthy food markers, it was the lowest class for the
consumption of beans and for fruits and it was the highest for green vegetables /
vegetables. It should be noted that the lowest age group, between 15 and 19 years
old, was the age category that was significantly more frequently associated with
unhealthy food markers, higher consumption of hamburger or sausage and sweetened
beverages.
Conclusion: Food consumption in the study population showed satisfactory prevalence
of healthy food. In relation to unhealthy food, the ideal would be no consumption,
prevalences can not be considered high. These results may be useful in order to
propose health actions.