Violência obstétrica no parto vaginal: um estudo de base populacional no extremo sul do Brasil

Araujo, Gabrielle Caseira

Abstract:

 
Objetivo: Avaliar a ocorrência e identificar fatores associados à violência obstétrica entre puérperas residentes no município de Rio Grande, RS, que tiveram filho por parto vaginal em 2016. População alvo: Todas as puérperas residentes em área urbana ou rural do município de Rio Grande, RS, cujo parto tenha ocorrido entre 01/01 a 31/12 de 2016. Delineamento: Estudo transversal de base populacional. Desfecho: Ocorrência de violência obstétrica no parto vaginal. Processo amostral: Das 2.709 mulheres que tiveram parto em Rio Grande no ano de 2016, 2.694 foram entrevistadas, correspondendo a 99,4% de respondentes. Destas, 1.234 (45%) tiveram parto vaginal e foram incluídas neste estudo. Análise: Foi realizada análise descritiva para a listagem das variáveis de interesse e para distribuição de cada variável independente em relação ao desfecho; teste quiquadrado de Pearson foi utilizado para comparar proporções; regressão de Poisson com ajuste robusto da variância foi utilizado para o ajuste segundo modelo hierárquico de análise. A medida de efeito utilizada foi a Razão de Prevalências (RP). Resultados: 27,2% das mulheres sofreram violência obstétrica no parto vaginal. Sua ocorrência esteve significativamente associada, mesmo após ajuste, à maior idade, cor da pele parda ou preta e menor escolaridade materna; peso do recém-nascido inferior a 2500 gramas, pagamento pela hospitalização no parto, menor tempo de internação e ausência de explicação sobre procedimentos realizados. Conclusão: A violência obstétrica é frequente no parto vaginal em Rio Grande e ocorre de forma desigual entre as mulheres. Sua redução pode contribuir para a melhoria da experiência com o parto. Sugerem-se ações preventivas e de conscientização das usuárias e profissionais visando à redução da ocorrência
 
Objective: To evaluate the occurrence and identify factors associated with obstetric violence among women who lived in Rio Grande (RS), Brazil, and bore children by vaginal delivery in 2016. Target population: All puerperae living in urban or rural areas of the municipality of Rio Grande, RS, whose delivery occurred in the 1/1-12/31/2016 period. Design: Population-based cross-sectional study. Design: Population-based cross-sectional study. Outcome: Occurrence of obstetric violence in vaginal delivery. Sample process: Of the 2,709 women who delivered in Rio Grande in 2016, 2,694 were interviewed, or 99.4% of respondents. Of these, 1,234 (45%) had a vaginal delivery and were included in this study. Analysis: A descriptive analysis was performed to list the variables of interest and distribute each independent variable against the outcome. Pearson’s chi-square test was used to compare proportions, whereas the Poisson regression with robust variance adjustment was used per the hierarchical analysis model. The measure of effect used was the Prevalence Ratio (PR). Results: In total, 27.2% of women suffered obstetric violence in vaginal delivery. Its occurrence, even after adjustment, was significantly associated with older age, brown or black skin color and lower maternal education, newborn weight less than 2,500 grams, payment for hospitalization at delivery, shorter hospital stay, and no explanation about procedures performed. Conclusion: Obstetric violence is frequent in vaginal delivery in Rio Grande and occurs unequally among women. Its reduction may contribute to the improvement of the childbirth experience. Preventive and user and professional sensitization actions aiming at curbing the event are suggested.
 

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  • FAMED – Mestrado em Saúde Pública (Dissertações)