Transportes associados e estrutura vertical de um anel das Agulhas

Barros, Maria Isabel dos Santos

Abstract:

 
Vórtices oceânicos liberados na região da Retroflexão das Agulhas são responsáveis por um grande vazamento de águas centrais mais salinas e quentes do Oceano Índico para o Atlântico. Esse vazamento é a principal fonte de águas de termoclina para o Atlântico Sul. Este trabalho tem como objetivo avaliar a estrutura vertical média da temperatura, salinidade e velocidade bem como o transporte de massa, sal e calor de um anel das Agulhas. Mapas diários de anomalia da superfície do mar foram utilizados para identificar anéis emitidos pela Retroflexão das Agulhas entre os anos de 2008 e 2013. A análise da estrutura vertical utilizou flutuadores Argo que foram capturados ou atravessaram a trajetória do anel escolhido. Foram identificados 26 anéis nesse período com duração maior que 6 meses e desses um foi escolhido para as seções zonais de temperatura, salinidade e velocidade de rotação. Desses foram escolhidos 7 de maior duração e que tiveram no mínimo 20 perfiladores cruzando com suas trajetórias. Foram encontrados em média 80 perfis por vórtice, que tiveram amplitude média de 22,71±5,12 cm e raio médio de 142,74±17,98 km e velocidade média de propagação de 4,97±0,30 cm/s. O tamanho médio do raio está dentro dos valores característicos para os anéis das Agulhas [Lutjeharms & van Ballegooyen 1988] bem como a amplitude e a velocidade de propagação. O anel selecionado foi observado inicialmente em maio de 2011 e durou 613 dias. Tem amplitude média de 21,8 cm; raio médio de 157,6 km e velocidade de propagação média de 5,5 cm/s. A velocidade radial máxima foi de 42 cm/s. O volume de água anômala foi de 14x10 12 m³. Os transportes de volume, calor e sal foram de 0,41Sv, 0,005PW e 100.000 kg/s, respectivamente.
 
Mesoscale eddies shed at the Agulhas Retroflection zone carry warmer and saltier Indian Ocean Waters to the South Atlantic. That leakage is the Atlanctic Ocean main source of thermocline waters. In this study, we reconstruct the Agulhas ring mean vertical structure of salinity, temperature and geostrophic velocities, as well as its volume, heat and salt transports. We used daily sea level anomaly maps from January 2008 to December 2013 to identify Agulhas rings. Data from ARGO floats that were caught or crossed the rings path were used for the reconstruction of the mean vertical structure of the ring. We tracked twenty-six rings with more than six months of time life and we picked one of those for vertical sections reconstruction of temperature, salinity and geostrophic velocities. We chose the seven longer lasted eddies that had at least 20 floats that crossed their path. Each eddy had, on average, 80 profiles for their possible reconstruction. The eddies had averaged surface height anomalies (SHA) of 22,71±4,70 cm, averaged radius of 142,74±25,88 km and averaged translation speed of 5,20±0,30 cm/s. The averaged radius estimated agrees with characteristic values for Agulhas [Lutjeharms & van Ballegooyen 1988], as well as the SHA and translational speed. The selected ring was identified initially at May 2011 and lasted 613 days. It has averaged SHA of a de 21,80±6,27cm, averaged radius of 157,60±29,15km km and averaged translational speed of de 5,50 cm/s. The maximum radial speed was 0,41m/s. The calculated eddy volume was 13x10 12 m³. The volume, heat and salt transport were 0,41Sv, 0,005PW and 100.000 kg/s, respectively.
 

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