Abstract:
Objetivo: Analisar a prevalência e os fatores associados à violência psicológica contra
a mulher perpetrada por parceiro íntimo na área rural da cidade do Rio Grande, Rio
Grande do Sul (RS).
População-alvo: Mulheres com idades entre 18 e 49 anos, residentes na zona rural e
que tiveram ao menos um parceiro íntimo na vida.
Delineamento: Estudo transversal de base populacional, parte de um consórcio de
pesquisa intitulado “Saúde da população rural riograndina”, realizado em Rio Grande.
Desfecho: Ter sido vítima de violência psicológica por parceiro íntimo, aferido pelo
questionário validado para o português World Health Organization – Violence Against
Women (WHO VAW Study).
Processo amostral: Foram selecionados 80% dos domicílios rurais do município,
havendo o pulo de um domicílio após a abordagem de quatro consecutivos.
Análise: Foram realizadas análises estatísticas descritivas (frequência absoluta e
frequência relativa), bivariadas e multivariável (regressão de Poisson com variância
robusta), sendo estimadas as razões de prevalência (RP) e os respectivos intervalos
de confiança de 95%.
Resultados: A prevalência de violência psicológica contra a mulher na zona rural foi
de 17,2% (IC95%: 14,9 - 19,7). Ser separada, divorciada ou viúva, ter feito uso de álcool
na última semana e autorrelato de depressão na vida foram fatores associados ao
desfecho.
Conclusão: Analisar a prevalência de violência sob a ótica da saúde pública estimula
repensar ações de prevenção e promoção de saúde bem como, implementação de
novas políticas públicas. Através de dados sobre a ocorrência da violência psicológica
contra a mulher e seus fatores associados é viável estabelecer intervenções que
reduzam tais índices.
Objective: To analyze the prevalence and factors associated with psychological
violence against women perpetrated by an intimate partner in the rural area of Rio
Grande, RS.
Target population: Women aged 18-49, rural residents, who have had at least one
intimate partner in their lives.
Design: Population-based cross-sectional study, part of a research consortium
entitled “Health of rural population riograndina”, conducted in the Rio Grande.
Outcome: Being a victim of intimate partner psychological violence, as measured by
questionnaire World Health Organization – Violence Against Women (WHO VAW
Study) validated for Portuguese language.
Sampling: 80% of the rural households in the municipality were selected, with one
household jumping after the four consecutive approaches.
Analysis: Descriptive (absolute and relative frequency), bivariate and multivariate
statistical analyses (Poisson regression with robust variance) were performed to
estimate the prevalence ratios (PR) and the respective 95% confidence intervals.
Results: The prevalence of psychological violence against women in rural areas is
approximately 17.2% (95% CI 14.9 - 19.7). If the marital status is divorced or widowed,
alcohol consumption in the last week and self-reported depression in life were factors
associated with statistical significance to the outcome.
Conclusion: Analyzing the prevalence of violence from the perspective of public
health encourages rethinking prevention and health promotion actions, as well as the
implementation of new public policies. Through data on the occurrence of
psychological violence against women and its associated factors, it is feasible to
establish interventions that reduce such rates.