Abstract:
Objetivo: Avaliar a prevalência do uso de drogas ilícitas nos anos de 2015 e 2019 entre
estudantes de graduação de uma universidade pública do sul do Brasil, observando
diferenças na proporção do uso dessas substâncias nesse período, bem como os
fatores associados a esse comportamento. População alvo: Estudantes de graduação
da FURG, com idade igual ou superior a 18 anos, dos campi da cidade de Rio Grande,
regularmente matriculados no ano de 2015 e 2019. Delineamento: Estudo de painel,
realizado a partir de duas pesquisas com corte transversal. Desfecho: Uso de drogas
ilícitas no último mês. Processo amostral: Nos anos de 2015 e 2019, 101 e 60 turmas
foram, respectivamente, sistematicamente sorteadas do sistema da universidade,
respeitando um intervalo de seleção previamente calculado. Participaram 1.423
estudantes em 2015 e 996 estudantes em 2019. Análise: Foi feita análise univariada
para descrever a amostra e para calcular a prevalência das variáveis independentes e
do uso de drogas. Também se realizou análise bivariada, utilizando teste qui-quadrado
para: avaliar se houve diferenças nas características das amostras de 2015 e 2019;
avaliar se houve diferenças significativas na prevalência de uso de substâncias de
acordo com as categorias do estudo; e para testar as hipóteses de aumento ou redução
na prevalência de uso de drogas ilícitas (na vida, ano e mês) de um ano para o outro.
Resultados: As variáveis independentes associadas ao uso de drogas ilícitas no último
mês nas duas pesquisas foram migração acadêmica, ser do sexo masculino, ter entre
18 e 24 anos, morar com amigos ou outros, ter um familiar que usa ou já usou drogas,
ter um amigo que usa ou já usou drogas, ter usado álcool no último mês e ter usado
tabaco no último mês. A prática religiosa foi um fator de proteção. Conclusão: Houve
um aumento significativo do uso na vida, uso no ano e uso no último mês de drogas
ilícitas em geral. A maconha foi a substância mais utilizada nos dois períodos, seguido
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pelas drogas sintéticas. Os achados sugerem uma tendência crescente no consumo,
especialmente, para aqueles que migram de suas cidades para estudar.
Objective: To assess the prevalence of illicit drug use in the years 2015 and 2019
among undergraduate students at a public university in southern Brazil, observing
differences in the proportion of use of these substances in this period, as well as the
factors associated with this behavior. Target population: Undergraduate students from
the Federal University of Rio Grande (FURG) aged 18 years or over, from the campuses
of the city of Rio Grande, regularly enrolled in the year 2015 and 2019. Design: Panel
study, carried out from two cross-sectional surveys. Outcome: Last-month use of illicit
drugs. Sampling process: In the years 2015 and 2019, 101 and 60 classes were,
respectively, systematically drawn from the university system, respecting a previously
calculated selection interval. 1,423 students participated in 2015 and 996 students in
2019. Analysis: Univariate analysis was performed to describe the sample and to
calculate the prevalence of independent variables and drug use. A bivariate analysis
was also performed, using the chi-square test to: assess whether there were
differences in the characteristics of the 2015 and 2019 samples; assess whether there
were significant differences in the prevalence of substance use according to the study
categories; and differences in prevalence of lifetime, last-year and last-month illicit
drug use from 2015 to 2019. Results: The independent variables associated with lastmonth use of illicit drugs in both surveys were academic migration, being male, being
between 18 and 24 years old, living with friends or others peers, having a family
member and a friend who uses or has used illicit drugs, last-month use of alcohol and
tobacco. Religious practice was a protective factor. Conclusion: There was a significant
increase in lifetime, last-year and last-month use of illicit drugs in general. Marijuana
was the most used substance in both periods, followed by synthetic drugs. The findings
suggest an increasing trend in consumption, especially for those who migrate from
their cities to study in the university