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GONÇALVES, R. B.. Representações da leitura feminina no discurso dos jornais: o caso de Pelotas- RS no final do século XIX. In: Congresso de Leitura do Brasil, 17, 2009, Campinas. Anais eletrônicos... Campinas, 2009. Disponível em: <http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem19/COLE_560.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2011. |
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O presente texto apresenta alguns resultados da pesquisa em desenvolvimento que tem por objetivo identificar representações da leitura feminina nos discursos
difundidos nos jornais diários que eram produzidos na cidade de Pelotas – RS no
final do século XIX. No final do século XIX já haviam sido produzidos cerca de 115
títulos de jornais em Pelotas, alguns com vida efêmera, outros apenas com edição
especial, e vários com circulação regular quinzenal, semanal ou diária por muitos
anos. De acordo com Loner (1998), os jornais do século XIX existiam em
quantidade extremamente significativa para “uma cidade que, no início da República, possuía cerca de 25.000 habitantes apenas em sua zona urbana, sendo que 34% desses eram analfabetos, descontados os menores de oito anos”. A partir do conceito de representação de Roger Chartier (1990) e buscando abordar a materialidade do suporte, do texto e alguns aspectos da apropriação de leitura
foram analisados exemplares de 28 títulos de jornais (noticiosos, comerciais, literários, humorísticos etc.) publicados entre 1875 e 1900, que estão disponíveis no acervo do Museu da Bibliotheca Pública Pelotense. A partir da Análise dos jornais verificou–se a existência de textos literários direcionados às mulheres, como é o caso da seção “Folhetim”, e de notícias, anúncios e editoriais que tratavam de questões relacionadas à educação feminina, sobre o papel da mulher na sociedade e críticas literárias que direcionavam as obras ora para homens, ora para mulheres. Foi identificada a publicação de textos de escritoras famosas na Europa e também de escritoras locais menos conhecidas. Constatou–se ainda, a publicação de cartas de leitoras ao jornal constituindo indícios de como poderia ser a apropriação da leitura dos periódicos. Os achados dessa pesquisa nos ajudam a conhecer as diferenças entre ser leitor e leitora no século dezenove e nos fazem refletir sobre essa condição na atualidade. |
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