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O controle dos processos responsáveis pela ingestão alimentar e a regulação da
homeostase energética durante a gestação é fundamental para a mãe, bem como para o feto em desenvolvimento. A leptina, um hormônio proteico decodificado pelo gene ob, produzido em diversos tecidos do organismo e atuando via receptores existentes nas células alvo, é um dos principais fatores hormonais envolvidos na regulação desses processos. Durante a gestação a leptina, além de estar envolvida na regulação do balanço energético materno, ela pode estar atuando no crescimento e desenvolvimento fetal, especialmente via receptores presentes no tecido hipofisário materno, na placenta e no feto. O objetivo do presente estudo foi analisar a expressão da leptina e seu receptor longo nos tecidos hipofisário, adiposo e placentário, bem como no feto, ao longo da gestação, através da técnica RT-PCR Quantitativa em Tempo Real. Os resultados obtidos mostraram expressão constante dos genes analisados nos tecidos hipofisário e adiposo. Na placenta, foi observado que a
expressão de leptina era elevada e significativamente diferente dos outros tempos aos 10 dias de gestação (10-15 dias e 10-20 dias: p < 0.01), e sem diferenças entre 15 e 20 dias. Para o receptor longo na placenta, os três tempos se mostraram diferentes, sendo a expresão maior aos 10 dias, menor aos 15 dias e intermediária aos 20 dias (10-15 dias e 10-20 dias: p < 0.01 e 15-20 dias: p < 0.05). No feto, a expressão de leptina foi significativamente maior aos 20 dias de gestação em relação aos outros
tempos (10-20 dias e 15-20 dias: p < 0.01), e não houve diferença entre os tempos 15
e 20 dias. Para o receptor longo no feto, a expressãofoi diferente entre 3 tempos,
sendo menor aos 10 dias, intermediária aos 15 dias e maior aos 20 dias (10-15 dias: p
< 0.05; 15-20 dias e 10-20 dias: p < 0.01). A similaridade na expressão dos dois genes
nos tecidos hipofisário e adiposo no decorrer do período analisado sugere que estes tecidos não contribuem de forma direta na reprodução ou a ação exercida por eles é
constante. A redução observada na expressão dos dois genes na placenta, conforme
decorria o período estudado, sugere que estes atuam de forma autócrina, parácrina e/ou endócrina no desenvolvimento deste tecido, no crescimento do feto ou como um
monitor do balanço energético entre mãe e feto. No feto, a expressão dos genes foi
contrária à da placenta, sendo elevada no final do período, indicando que estes genes
podem estar atuando no desenvolvimento e crescimento fetal, como um sinal do feto
para a mãe, ou que o feto tenha aumentado a expressão destes para suprir a redução
ocorrida na placenta. |
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