Abstract:
Enfermeiras confrontam-se, no cotidiano, com situações das quais podem discordar, o que pode estar relacionado a seus valores, crenças, saberes, assumindo posturas de aceitação e/ou de resistência. Especificamente na área de saúde coletiva, enfermeiras podem estabelecer relações de poder com o gestor municipal de saúde, com a comunidade ou, ainda, com a própria equipe de enfermagem e com os demais profissionais de saúde. A partir da concepção foucaultiana de poder, procurou-se conhecer as estratégias construídas por enfermeiras no enfrentamento de dificuldades vivenciadas na implementação das ações em saúde. Nesta pesquisa, de caráter qualitativo, a coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas, com oito enfermeiras que atuam no Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) ou Programa de Saúde da Família (PSF), em municípios de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) do Rio Grande do Sul. As entrevistas enfocaram as dificuldades vivenciadas pela enfermeira com o gestor municipal de saúde, a equipe de saúde e a comunidade para a implementação das ações em saúde; e as estratégias construídas para enfrentar tais dificuldades. A partir da análise dos dados, quatro categorias foram construídas: - Reunião de equipe como estratégia de organização do trabalho: pela possibilidade da enfermeira expressar-se, resistir, lutar, afrontar e reagir diante de dificuldades vivenciadas ao implementar as ações em saúde, sendo uma prática essencial para este processo. Pela sua relevância, a enfermeira luta e resiste para garanti-la como uma prática efetiva no seu ambiente de trabalho; - Prática dialógica como estratégia de cuidado de si e dos outros: favorece que as enfermeiras conquistem estrutura física adequada, recursos materiais e humanos necessários para implementar as atividades, bem como reajustes salariais, de modo a reconhecerem maior valorização pelo trabalho realizado; - A legislação como instrumento de construção de espaços de resistência: utilizado, pelas enfermeiras, como recurso de argumentação e de construção de espaços de resistência, o que favorece a luta por melhorias na sua prática profissional, refletindo, conseqüentemente, na implementação das ações em saúde e; - A comunidade exercendo poder na implementação das ações em saúde: mediante a busca de comprometimento da própria comunidade com o seu processo de saúde e a implementação das ações em saúde, como expressão de sua cidadania.
Nurses daily face situations where they can disagree and be related to their values, beliefs and knowledge, assuming attitudes of approval and/or resistance. Specially on collective health area, nurses can establish power relations among the city headmaster of health, the community, the nursing group itself and other health professionals. Based on the Foucaultian conception of power, the strategies built for nurses facing difficulties on the health actions implementations were found out. In this qualitative research, data were collected through semi-structured interviews with eight nurses working in the Health Community Agents Program (PACS) or Family Health Program(PSF), in cities within the 6th Health Regional Coordination (CRS) of Rio Grande do Sul. The interviews focused the (a) difficulties faced by nurses with the City headmaster of health, the health group and the community to the implementation of health actions; and (b) the strategies built to face such difficulties. We identified four different categories: (1) group meeting as one work organization strategy: when nurses can express, resist, fight, affront and react in front of difficulties faced to implement the health actions, being an essential practice for this process; (2) dialogical practice as one strategy of care for himself/herself and for the others: support the nurses to achieve a suitable physical structure, human and material necessary resources to implement their activities, salary readjustments as well, in order to recognize valorization for their work done; (3) legislation as one instrument to resistance space construction: used by nurses as a resource to argue and construct spaces of resistance, that supports their fight for improvements on his/her professional practice, reflecting consequently the implementation of health actions; and (4) the community exercising power on the health actions implementation: by searching the commitments of the community with its process of health and the implementation of health actions as expression of its citizenship.
Enfermeras confrontanse, diariamente, con situaciones que ellas pueden discrepar, lo que puede relacionarse a sus valores, las creencias, el conocimiento, asegurando actitudes de aprobación y/o resistencia. Especialmente en el área de salud colectiva, enfermeras pueden establecer relaciones de poder con el director municipal de salud, con la comunidad o con el grupo de enfermeros y otros profesionales de salud. Basado en la concepción del foucaultiana de poder, se investigaron las estrategias construidas por enfermeras que enfrentan las dificultades en las aplicaciones de acciones de salud. En esta investigación, de rasgo cualitativo, la colección de los datos se hizo a través de entrevistas parcialmente estructuradas, con ocho enfermeras que trabajan en el Programa de Agentes de la Comunidad para la Salud (PACS)o el Programa de Salud Familiar (PSF), en ciudades que pertenecen a la 6ª. Coordinación Regional de Salud (CRS) de Río Grande Sur. Las entrevistas enfocaron (a) las dificultades enfrentadas por las enfermeras con el director municipal de salud, el grupo de salud y la comunidad para la implementación de acciones de salud; y (b) las estrategias construidas para desafiar tales dificultades. Con el análisis de los datos, se construyeron cuatro clases: (1) reunión de grupo como estrategia de organización de trabajo: con la posibilidad de la enfermera de expresar, resístir, luchar, afrentar y reaccionar delante de las dificultades enfrentadas a implementar las acciones en salud, mientras siendo una práctica esencial a este proceso; (2) practica Dialogical como estrategia de cuidado para si mismo y para los otros: apoye a las enfermeras para lograr una estructura física conveniente, recursos humanos y materiales necesarios a implementar las actividades, aún los reajustes del sueldo para reconocer una mayor valorización para el trabajo; (3) la legislación como el instrumento construcción de espacios de resistencia: usado por enfermeras, como un recurso para defender y construir espacios de resistencia que apoya la lucha por las mejoras en la práctica profesional, por consiguiente, en la implementación de acciones en salud y; (4) la comunidad ejerciendo poder en la implementación de las acciones en salud: investigando los compromisos de la comunidad con su proceso de salud y la implementación de acciones en salud, como la expresión de su ciudadanía.