Estudos eco-fisiológicos de nymphoides indica (l.) O. Kuntze (menyanthaceae) em ambientes com diferentes níveis de alagamento
Abstract:
As plantas aquáticas possuem diferentes graus de colonização, com ampla adaptação em diversas condições ambientais. Seu rápido crescimento populacional e as elevadas produções de biomassa favorecem a ocupação de diversas áreas. Nymphoides indica (L.) O. Kuntze propaga-se por sementes ou por pedaços de rizoma. Este trabalho teve o objetivo de comparar duas populações de Nymphoides indica presentes no município de Rio Grande – RS, crescendo em dois lagos distintos: um perene (Lago I) e outro intermitente (Lago II). Para isso, foram realizados experimentos de viabilidade e germinação de sementes nas duas populações de plantas testando as condições ambientais: (1) capacidade de campo – CC, na qual o substrato é mantido saturado; (2) inundado, no qual o substrato é mantido com água acima de 1,5 cm de altura. O crescimento foi avaliado através de medidas mensais de sua biomassa, medidas biométricas de folhas e pecíolos, estimativas de produtividade primária e as concentrações de nitrogênio e fósforo da parte aérea nas duas populações. A viabilidade das sementes diminuiu quanto maior era sua idade, alcançando aos 365 dias de idade 12 e 16% de viabilidade nos Lagos I e II, respectivamente. As sementes do Lago I mostraram porcentagem maior comparada às sementes do Lago II. As sementes do tratamento CC nos dois Lagos mostraram maior porcentagem de germinação. Ainda, as sementes com 0 e 30 dias de idade nos dois Lagos e nos dois tratamentos (CC e IN) obtiveram as maiores porcentagens de germinação e taxas de germinação e os menores “Lag Time” e MTG. Adicionalmente, as sementes do Lago II, no tratamento IN, a porcentagem de germinação diminuía consideravelmente com a idade e aos 180 e 365 dias de idade não germinou nenhuma semente. Os comprimentos dos pecíolos nos dois Lagos acompanharam o nível de água. As folhas no Lago II não apresentaram diferença em seu diâmetro. A biomassa aérea foi sempre maior no Lago I e a subterrânea e total maior no Lago II na primeira metade do período amostral, invertendo os valores a partir de setembro de 2006. A produtividade primária nos dois Lagos seguiu o mesmo padrão, porém houve um pico de produção no Lago I em dezembro de 2006. Os teores de cinzas e de carbono nos Lagos também se mantiveram similares ao longo do período de coleta. Os teores de N e P no Lago I mostraram uma acentuada queda nos meses quentes e o Lago II mostrou um padrão inverso, aumentando os teores de N e P no verão. Com esses resultados pode-se inferir que a espécie parece se adaptar em diferentes ambientes (alagados e secos), adotando estratégias distintas para cada local, tanto em suas características germinativas, quanto em sua forma de crescimento e alocação de recursos.
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