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O cobre é um micronutriente essencial por participar de diversas funções fisiológicas em organismos aquáticos, mas é tóxico a esses animais quando presente em alta concentração na água. A toxicidade do cobre não depende apenas de sua concentração
no ambiente, uma vez que sua biodisponibilidade no sistema aquático é influenciada por fatores abióticos como salinidade, temperatura, pH e matéria orgânica dissolvida no meio. Além disso, a toxicidade do cobre varia em função das características biológicas de cada espécie, sobretudo seu metabolismo, que por sua vez, em animais pecilotérmicos, é diretamente dependente da temperatura ambiental. Desta forma, o presente estudo analiso a acumulação e a toxicidade do cobre (1, 10 e 100 μM) em células branquiais isoladas do
molusco bivalve Mesodesma mactroides aclimatado à salinidade 30 em duas diferentes
temperaturas (10 e 20oC). Os níveis de acumulação de cobre nas diferentes concentrações do metal (1, 10 e 100 μM) foram semelhantes nos diferentes tempos experimentais (1 e 6 h), para cada temperatura testada. As células branquiais de mariscos aclimatados a 10 oC e incubadas a 10°C apresentaram uma cinética de acumulação do tipo Michaelis -Menten,
enquanto aquelas de mariscos aclimatados à 20oC e incubadas a 20°C apresentaram uma
cinética de acumulação do tipo linear. Este comportamento diferencial foi observado tanto
após 1 quanto 6 h de exposição ao cobre. Em todas as concentrações de cobre (1, 10 e 100
μM) e tempos de exposição (1 e 6 h), a acumulação de cobre foi maior em 10oC. No
entanto, a viabilidade celular somente foi reduzida em 20 oC. Estes resultados demonstram que a toxicidade do cobre em células branquiais de M. mactroides não está diretamente relacionada com a quantidade de metal acumulado na célula. Além disso, eles sugerem que diferentes mecanismos de acumulação e/ou desintoxicação do cobre estão operando em células branquiais de M. mactroides aclimatados a diferentes temperaturas. |
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