Efeito da Melatonina sobre o Sistema de Defesa Antioxidante no Músculo Locomotor do Caranguejo Neohelice granulata (Dana, 1851) (Decapoda, Brachyura)

Geihs, Marcio Alberto

Abstract:

Em vertebrados, vários trabalhos verificaram distintos efeitos da melatonina sobre o sistema de defesa antioxidante (SDA), atuando de várias formas dependentes da dose e do tempo. Em crustáceos a melatonina já foi identificada em algumas espécies, entretanto, seu papel neste grupo ainda não é bem conhecido. Em relação aos seus efeitos sobre o sistema de defesa antioxidante (SDA) foi verificada uma diminuição da capacidade antioxidante total (TOSC) e no consumo de oxigênio (VO2) nas brânquias do caranguejo Neohelice granulata. Neste sentido, a fim de se ter uma melhor compreensão dos efeitos da melatonina em crustáceos, nosso trabalho analisou os efeitos desta indolamina em doses fisiológicas e suprafisiológicas á curto prazo (0,5 hora) e longo prazo (9,5 horas) sobre o SDA, verificando seus efeitos sobre a capacidade antioxidante total, a concentração de EROs, a lipoperoxidação (LPO), as atividades das enzimas glutamato sisteína ligase ( -GCL) e catalase (CAT) e o conteúdo de glutationa (GSH). Para o metabolismo aeróbico foi analisado o consumo de oxigênio (VO2). Por fim, verificamos o efeito da melatonina exógena sobre o conteúdo de melatonina e de AFMK (N1-Acetil-N2-formil 5-metoxiquinuramina), principal metabólito da melatonina em vertebrados, no músculo locomotor do caranguejo N. granulata. A melatonina, á curto prazo e doses fisiológicas induz um aumento no VO2 (P<0,05) e na atividade da -GCL e de GSH (P<0,05), sem causar efeito sobre direto sobre a capacidade antioxidante total (P>0,05) e na concentração de EROs (P>0,05). Possivelmente a melatonina esteja atuando na atividade mitocondrial ou no aumento da eficiência do SDA ou sinalizando para a melatonina no músculo aumentar seu consumo. O AFMK foi somente detectado nos gânglios óticos e cerebróides. Em altas doses a melatonina diminui os efeitos, possivelmente pela desensibilização de seus receptores. Á longo prazo e em menores doses, ocorre uma diminuição na capacidade antioxidante total(P<0,05) possivelmente pela diminuição da CAT (P<0,05). Já em altas doses a melatonina apresenta outros efeitos diminuindo o VO2 (P<0,05) e aumentando a capacidade antioxidante total (P<0,05). Possivelmente estimulando outros componentes do SDA não verificados neste estudo. Em conclusão, a melatonina apresenta características antioxidante dependentes da dose e do tempo.

Description:

Dissertação (mestrado)-Universidade Federal do Rio Grande, Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas – Fisiologia Animal Comparada, Instituto de Ciências Biológicas, 2009.

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