Efeito da silimarina sobre a memória e estresse oxidativo em cérebro de ratos

Abstract

Silimarina (SM), o complexo ativo do leite de cardo, Silybum marianum (L.) Gaertn. (Carduus marianus L., Asteraceae), é um extrato lipofílico da planta e é composto por vários isômeros de flavonolignanas: silibina, isolilibina, silicristina, silidianina e dehidrosilibinina. Flavonóides são moléculas antioxidantes capazes de interceptar espécies reativas de oxigênio (ERO). O estresse oxidativo é causado através do desequilíbrio entre as defesas antioxidantes e produção de ERO, causando dano oxidativo a macromoléculas como a membrana de lipídios, proteínas, DNA. O cérebro é suscetível a estresse oxidativo e isso é associado com deficiência orgânica relacionada à idade. A ERO também pode modular a consolidação de memória. O propósito deste estudo foi avaliar o efeito da silimarina (SM) no aprendizado e memória na tarefa de esquiva inibitória, reconhecimento de objeto (RO) e o Labirinto aquático de Morris (MWM), correlacionados com parâmetros bioquímicos que avaliam estresse oxidativo. Para determinação de estresse oxidativo foram usadas medidas de capacidade antioxidante total (ACAP) pela concentração de espécies reativas de oxigênio através de fluorescência, peroxidação lipídica (LPO), por FOX e TBARS, oxidação de proteínas através do método de Western blot (WB). Ratos de 2 - 4 meses (250-350 g) e 24 - 25 meses (410-590 g), foram tratados com SM nas doses de 200 mg / Kg / dia e 400 mg / kg / dia (SM200 e SM400), o grupo controle (CTR) recebeu veículo, oralmente durante 14 dias. As duas doses de SM demonstraram aumentar a memória de curto prazo (STM) e a memória de longo prazo (LTM). Na tarefa de RO ambas as doses melhoraram a memória episódica. No MWM, todos os animais tinham reduzido o tempo para achar a plataforma durante a sessão de treinamento, porém, na sessão de teste nenhuma das doses melhorou a permanência dos animais na região da plataforma. A LPO foi aumentada no hipocampo de animais velhos tratados com SM 400, mas no córtex de ratos jovens e velhos, a dose mais alta de SM diminuiu LPO analisado pelo método de TBARS. Ambas as doses reduziram a quantia de proteína oxidada no córtex e hipocampo de ratos velhos. Estes resultados sugerem que SM pode contribuir à prevenção de processos degenerativos relacionados a senilidade e patológicos no cérebro.