Abstract:
As cianobactérias são organismos autotróficos comuns em diversos tipos de habitats naturais. Quando expostas à águas ricas em nutrientes, temperatura elevada e luz solar, podem formar florações. Essas florações podem afetar a composição química e biológica da água liberando toxinas e diminuindo níveis de oxigênio, provocando a morte de animais. Peixes filtradores são especialmente importantes porque atuam como consumidores do fitoplâncton, como alimento para outros peixes e são potenciais reguladores de florações algais. A carpa prateada é modelo de peixe filtrador, entre outros de água doce e marinha. O trabalho foi realizado utilizando-se carpas oriundas de uma piscicultura, com objetivo de analisar-se a
incorporação de microcistinas pelos peixes. Também foi avaliada a relação existente entre o número celular de cianobactérias, concentração de toxinas na água e no músculo dos peixes, relacionando estes valores com os valores aceitáveis para alimentos contaminados com microcistinas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), expressos através da Tolerância Diária Ingerida (TDI = 0,04 μg de microcistinas / kg / dia). Para isto, os peixes foram colocados em aquários de vidro e tratados com cianobactérias tóxicas e não tóxicas a diferentes números celulares, que variaram de 195.000 a 1.350.000 cél. Microcystis / mL. A análise da presença da toxina nos tecidos dos peixes, foi realizada após extração por meio do
imunoensaio especifico para microcistinas – ELISA. Os experimentos indicaram valores de
toxinas no músculo do peixe entre 0 e 0,015 μg / g de peso seco do músculo. A variação das concentrações de toxinas encontradas no músculo não foram lineares com as concentrações de toxinas presentes na água, que ultrapassaram 27 μg / L. Assim, apesar de não ter-se encontrado no músculo valores superiores a 0,015 μg / g de peso seco, pode-se considerar que o consumo da carpa prateada, assim como de outros peixes filtradores de água doce, salobra ou marinha,
apresentam risco à saúde humana, quando em contato com cianobacterias tóxicas, e portanto devem ser monitorados.
Cyanobacteria are authotrophic organisms that live in several natural habitats. When exposed to nutrient rich waters, high temperature and irradiation, they can reach
large cell densities (blooms). These blooms affect the chemical and biological water
composition, release toxins and decrease oxygen in water causing animal death. Filterfeeding fish are specially important because they feed phytoplankton, and are eaten for other fish and they can control algal blooms. The several carp species are examples of filter feeding fish, among other fish of fresh and marine waters, that have gills specialized in filtration. The objective of this work was to analyze the hepatotoxins uptake by carp from fish farming. Furthermore, the relation between celular number of cyanobacteria and toxin concentration (in the water and in the fish muscles) was also evaluated. These values were compared with the tolerable value for food contaminated with microcystin according to the World Health Organization (Tolerable Daily Intake TDI = 0,04 μg of microcystin / kg / day). To evaluate this, fish were separated in aquaria with toxic and non-toxic cyanobacteria at differents cell numbers, from 195.000 to 1.350.000 cells / mL. The toxin analysis was done through Imunoassay specific for Microcystins – ELISA. The experiments showed value of toxins in the muscle (between 0 and 0.015 μg of microcystin /g of d.w.muscle). The concentrations of toxins found in muscle were not linear with the concentrations of toxins present in the water higher than 27 μg / L. In this way although the highest value of microcystins in carp muscle is 0.015 μg /g d.w., the present work suggest that silver carp uptake, as like other filter-feeding fish of fresh or marine waters, represent a risk to human health when in contact with toxic cyanobacteria.
Description:
Dissertação(mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande, Programa de Pós-Graduação em Oceanografia Física, Química e Geológica, Instituto de Oceanografia, 2007.