Abstract:
Este trabalho busca analisar o processo de indexação e representação do conhecimento, propondo-se a refletir sobre a indexação como um ato de leitura, uma ordenação arbitrária do “universo,” partindo do princípio de que qualquer sistema de classificação reflete, de um modo mais ou menos declarado, um sistema de ordenamento do conhecimento, bem como refletir sobre a representação como uma escolha na qual subjaz o poder tirânico da exclusão e o peso da ausência. Aponta para o sentido oculto das palavras, para a questão semântica e polissêmica às quais estão histórica e culturalmente sujeitas, reflete sobre a responsabilidade, o compromisso e o papel do bibliotecário como mediador e da biblioteca como guardiã da memória e repositório do conhecimento. Como responsável que é pela representação, disseminação, transmissão da cultura e dos saberes, e como testemunha das rupturas da tradição, da superação e/ou adesão de novas técnicas e tecnologias, a biblioteca se impõe como um lugar de diálogo com o passado, lugar de criação e inovação. Este estudo debruça-se e analisa ainda sobre os conceitos de leitura e leitor, apontando para as circunstâncias sócio-históricas que determinam a sua constituição e para a influência sobre eles exercida por toda proposta de organização e representação do conhecimento.
This paper is aimed at analyzing the process of indexing representing information, thus reflecting about indexing as an act of reading, an arbitrary ordering of the “universe”, assuming that any classifying system reflects deliberately or not an ordering system. Also, representation is seen as choice on which underlies the power of exclusion and the weight of absence. Thus, this study points out the hidden meaning of words, the semantics and the polysemous to which language is historically and culturally subject, as well as reflects on the responsibility, commitment and the role of the librarian as a mediator and guardian of the library as the repository of knowledge and memory. As the responsible for representing, disseminating and transmitting culture and knowledge, and as a witness tradition ruptures, resilience and/or accession of new techniques and technologies, the library is imposed as a place of dialogue with the past, a place of creation and innovation. Therefore the concepts of reading and reader are also discussed herein, pointing to the socio-historical circumstances determining their formation and the influence exerted on them by all proposed organization and representation of knowledge.