Comunicação proxêmica: ações, reações e sensações de enfermeiros hospitalares

Terra, Alessandra Chaves

Abstract:

 
A comunicação proxêmica, dentre outros aspectos, compreende o estudo social dos espaços, das relações interpessoais e de todas as variáveis que dizem respeito à interação entre os seres humanos. É importante o estudo e a aplicação da comunicação proxêmica no cotidiano do trabalho de enfermeiros, para que esta seja compreendida e empregada de maneira producente no processo relacional dos trabalhadores em todos os momentos de sua prática, em especial, do cuidado. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Rio Grande (CEPAS), sob o número 23116.003684/2012-4, com o objetivo de analisar a comunicação proxêmica no trabalho de enfermeiros hospitalares. Estudo de abordagem qualitativa, de cunho descritivo, onde a coleta de dados ocorreu por meio de observações não participantes e entrevistas semipadronizadas com 10 enfermeiros da unidade de terapia intensiva e serviço de pronto atendimento de um hospital universitário no Sul do Rio Grande do Sul, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram analisados através da Análise Qualitativa de Conteúdo estabelecida por Mayring, de onde emergiram categorias apriorísticas provenientes dos fatores proxêmicos preconizados por Edward Hall: Postura-sexo, Eixo Sociofugo-Sociopeto, Fatores Cinestésicos ou Cinésicos, Comportamento de Contato, Código Visual, Código Térmico, Código Olfativo e Volume da Voz. Os dados foram interpretados a partir das concepções de Hall ( 16 de maio de 1914 – 20 de julho de 2009 †) e as ideias de diversos autores do universo científico. Este processo resultou em dois artigos. No primeiro artigo “A prática da comunicação proxêmica no manejo do cuidado no trabalho de enfermeiros hospitalares” percebeu-se que, embora os enfermeiros reconheçam a importância do toque, do contato físico, para a prestação de um cuidado holístico e humanizado, os fatores cinésicos/cinestésicos e comportamento de contato, estão associados à avaliação e ao diagnóstico. Com relação às questões térmicas e olfativas os profissionais omitem em suas reações os constrangimentos oriundos das sensações desagradáveis que o toque na pele ou os odores dos pacientes podem causar. Já no segundo artigo intitulado “A comunicação proxêmica na prática de enfermeiros hospitalares”, verificou-se que apenas um dos sujeitos do estudo não estabeleceu contato visual com o paciente. A maioria dos sujeitos empregou um tom de voz normal nas interações com os pacientes. O sexo não influenciou na postura dos interlocutores, como demonstrou o fator postura-sexo e as posições dos enfermeiros ao executar as tarefas diárias, entre face a face e lateralizada, e nenhum dos sujeitos posicionou-se de costas durante as interações, como pode-se perceber através do estudo do eixo sociofugo-sociopeto. O estudo também promoveu reflexões a respeito da comunicação proxêmica e da importância de sua incorporação ao trabalho dos enfermeiros.
 
Proxemic communication, among other aspects, includes the social study of spaces, interpersonal relationships and all the variables related to the interaction between humans. The study and application of proxemic communication in the daily work of nurses is important so that it is understood and used productively in the relational process of nurses in each moment of their practice, particularly regarding care. This study was approved by the Ethics Committee of the Federal University of Rio Grande (CEPAS) under number 23116.003684/2012-4, aimed at analyzing the proxemic communication in the work of hospital nurses. In this qualitative study of descriptive character data was collected through non-participant observations and semi-structured interviews with 10 nurses from the intensive care unit and emergency service of a university hospital in southern Rio Grande do Sul, Brazil, who signed the consent form. Data were analyzed using Qualitative Analysis of Content as established by Mayring, from which a priori categories emerged according to Edward Hall’s proxemic factors: Posture-Gender Identifiers, Socio-petal Socio-Fugal Axis, Kinesthetic Factors, Touching Code, Visual Code, Thermal Code, Olfactory Code and Voice Loudness. The data were interpreted based on the conceptions of Hall (May 16, 1914 - July 20, 2009 †) and the ideas of several authors of the scientific literature. This process resulted in two papers. The first paper, “The practice of proxemic communication in managing the care in the work of hospital nurses” shows that, although the nurses recognize the importance of physical contact like touching to provide a holistic and humane care, kinesthetic factors and touching code are related to evaluation and diagnosis. Regarding thermal and olfactory codes professionals omit in their reactions the constraints coming from the unpleasant feelings that touching the skin of patients or odors may cause. The second paper, “The proxemic communication in the practice of hospital nurses”, shows that only one of the nurses under study did not establish eye contact with the patient. Most nurses used normal voice loudness to interact with patients. Gender did not influence the posture of interlocutors, as demonstrated by the posturegender identifiers and positions of nurses to perform everyday tasks, ranging between face to face and lateralized positions, and none of the nurses stood on their backs during interactions, as shown by the socio-petal socio-fugal axis. The study also promoted reflections on the proxemic communication and the importance of its incorporation into the work of nurses.
 
La comunicación proxémica, entre otros aspectos, comprende el estudio social de los espacios, de las relaciones interpersonales y de todas las variables que hacen referencia a la interacción entre los seres humanos. Es importante el estudio y la aplicación de la comunicación proxémica en el trabajo diario de los enfermeros, a fin de que esa sea comprendida y empleada de forma productiva en el proceso de relación de los trabajadores en todos los momentos de su práctica, en especial, del cuidado. Estudio aprobado por el Comité de Ética en Pesquisa de la Universidad Federal de Rio Grande (CEPAS), con el número 23116.003684/2012-4, con lo objetivo de analizar la comunicación proxémica en el trabajo de los enfermeros del hospital. Estudio de abordaje cualitativa de forma descriptiva, en la cual la colecta de datos se dio por observaciones no participativas y entrevistas con medio padrón, con 10 enfermeros de la Unidad de Terapia Intensiva y Servicio de Pronto Atendimiento de uno hospital universitario, en el sur de Rio Grande del Sur, por medio de la firma del Termo de Consentimiento Libre y Esclarecido. Los datos fueran analizados por el Análisis Cualitativa de Contenido establecida por Mayring, donde vinieron categorías primitivas venidas de los factores proxémicos preconizados por Edward Hall: Postura – sexo, Eje Sociofugo – Sociopeto, Factores Cenestésicos o Cinéticos, Comportamiento de Contacto, Código Visual, Código Térmico, Código Olfativo y Tono de Voz. Los datos fueron interpretados hacia las concepciones de Hall y la ayuda de las ideas de varios autores reconocidos en el universo científico. Este proceso resultó en dos artículos. En el primero artículo “La práctica de la comunicación proxémica en el manejo del cuidado en el trabajo de enfermeros de los hospitales.” fue posible percibir que, mismo que ellos reconozcan la importancia del toque, del contacto físico, con la finalidad de que se pueda ofrecer un cuidado holístico y humanizado, los factores cinéticos/cenestésicos y comportamiento de contacto, están asociados a la evaluación y al diagnóstico. En relación a las cuestiones térmicas y olfativas, los profesionales omiten en sus reacciones lo que los constriñe venidos de las sensaciones desagradables que el toque en la piel o los olores de los pacientes pueden causar. En el segundo artículo con la titulación “La comunicación proxémica en la práctica de enfermeros de los hospitales”, fue posible verificar que solamente uno de los sujetos del estudio no estableció contacto visual con el paciente. La mayoría de los sujetos puso un tono de voz normal en las interacciones con los pacientes. El sexo no tuvo influencia en la actitud de los interlocutores, como demostró el factor postura/sexo y las posiciones de los enfermeros al ejecutar las tareas diarias, entre cara a cara y al lado, y nadie, mientras las interacciones, se puso de espaldas, como es posible percibir por el estudio del eje sociofugo-sociopeto. El estudio en su totalidad también promovió reflexionar sobre la Comunicación Proxémica y de la importancia de su incorporación en el trabajo de enfermeros.
 

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  • EENF – Mestrado em Enfermagem (Dissertações)