Abstract:
As taxas fisiológicas de clareamento, absorção, respiração e excreção do mexilhão Perna perna foram investigadas em função da variação da matéria orgânica (fitoplâncton) e a quantidade de séston (fitoplâncton mais silte) oferecido como alimento em condições controladas de laboratório. Observou-se que as taxas de respiração e excreção não sofrem alterações com a quantidade e qualidade do alimento. As taxas de clareamento apresentam um aumento e posterior inibição com o incremento de matéria orgânica, e uma relação direta com o aumento do séston oferecido. A eficiência de absorção apresentou uma relação inversa com a quantidade de matéria orgânica e direta com a qualidade do alimento oferecido. A partir da taxa de filtração e da eficiência de absorção estimou-se que a concentração incipiente para a formação de pseudo-fezes (ou rejeição) estaria compreendida entre 4 a 8 mg.L-1 de séston. A porcentagem de matéria orgânica mínima do séston para ocasionar perdas metabólicas fecais e conseqüentemente uma eficiência de absorção negativa é menor que 20%. Os resultados obtidos neste trabalho demonstram que Perna perna apresenta uma fisiologia alimentar similar a outros bivalves suspensívoros investigados no mundo.
Physiological rates of clearance, absorption, respiration and excretion were studied in the mussel Perna perna, as function of the changes in organic substrate (phytoplankton) and in the concentration of the seston (phytoplankton and silt), in experimental laboratory conditions. The respiratory and excretion rates did not change with both concentration and quality of food. Clearance rate showed an initial increase followed by an inhibition, as the organic matter concentration increased. However, as the seston increased this rate increased but without inhibition. Absorption efficiency rate was directly proportional to the food quality but showed an inverse relationship with the organic matter content. Considering both filtration and absorption efficiency rates, the incipient concentration to produce pseudofaeces (or rejection) was estimated as 4-8 mg.L-1. Minimal organic matter content in the seston that resulted in fecal metabolic loses and, consequently, in negative absorption efficiency rate, was less than 20%. These data clearly show that the feeding physiology of Perna perna is similar to the others suspension-feed bivalves so far studied.