Abstract:
O artigo analisa a forma como a grande imprensa considerada “liberal” do
Rio de Janeiro abordou o projeto de aumento de 100% do salário mínimo,
aprovado em maio de 1954, pelo presidente Getúlio Vargas. Essa
polêmica medida recebeu forte oposição dos setores mais conservadores
da sociedade brasileira e mesmo da classe média, sendo considerada um
dos fatores que precipitaram a queda do presidente. Dessa maneira, tendo
em vista a complexidade que envolve o tema, articulando elementos
econômicos, políticos e mesmo do imaginário social da época, oferece
uma boa oportunidade de compreender como os grandes jornais
representavam o governo de Getúlio, especialmente no que se refere às
suas relações com o trabalhismo e, especialmente, o populismo.
This paper is aimed at analyzing the approach given by the conservative press
in Rio de Janeiro on the 100% increase in minimal wage approved by the
president Getúlio Vargas in May 1954. This polemic measure, considered to be
widely controversial at that time, suffered with the fierce opposition from the
most conservative sectors of the Brazilian society and even from the majority of
the middle class. The fact that this measure backfired is considered today one
of the major factors that led to Vargas's downfall in that same year. Given the
complexity of this issue and the way it mixes a wide array of different elements
such as economics, politics and social imaginary, this paper offers an
opportunity to promote a better understanding on how the conservative
newspapers perceived the administration during that delicate time, its relations
with the Labor movement and mainly the populism.