Abstract:
Avaliar o conhecimento das mães em aleitamento
materno antes e após orientação fornecida no período pós-parto e sua
relação com a prevalência de amamentação.
Métodos: Foi realizado um ensaio-clínico com 405 mães de
crianças normais nascidas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
entre julho e dezembro de 1994, cujo procedimento de intervenção
consistiu de um vídeo abordando tópicos básicos sobre aleitamento
materno, de um folheto explicativo e da livre discussão após o vídeo.
As primeiras 208 mães constituíram o Grupo Controle e as restantes
197, o Grupo Experimental. Todas as mães responderam a um
questionário de identificação e a um teste de conhecimentos prévios
sobre aleitamento materno na maternidade. As mães dos dois grupos
foram acompanhadas por intermédio de visitas domiciliares ao final
do primeiro, do segundo, do quarto e do sexto mês ou até a
interrupção da amamentação, se fosse o caso. Ao final do primeiro
mês, as mães foram submetidas ao mesmo teste de conhecimentos
aplicado logo após o parto. A técnica de regressão logística foi
utilizada para avaliar a associação entre o conhecimento da mãe em
aleitamento materno e a prevalência da amamentação.
Resultados: As mães que receberam a intervenção (Grupo
Experimental) tiveram um escore significativamente maior no teste
de conhecimentos em aleitamento materno ao final do primeiro mês
quando comparadas com as mães do Grupo Controle (17,0 versus
14,7). A intervenção aumentou a chance das mães em 1,7 vezes de
obter em um escore acima da média. Por sua vez, as mães cujos
escores ficaram acima da média tiveram uma chance 8,2 vezes maior
de estar amamentando exclusivamente no final do terceiro mês e
duas vezes maior de estarem amamentando no final do sexto mês.
Conclusão: Estratégias simples para aumentar o conhecimento
das mães sobre aleitamento materno podem ter impacto positivo nas
taxas de amamentação.
To assess mothers’ knowledge of breastfeeding
before and after guidance supplied during the postpartum period and
its relationship to the prevalence of breastfeeding.
Methods: A clinical trial was performed with 405 mothers of
normal children born at Hospital de Clínicas de Porto Alegre from
July to December 1994. The intervention consisted of guidance
given by means of a video film discussing basic topics on
breastfeeding, an explanatory leaflet and open discussion after the
video. The first 208 mothers constituted the Control Group and the
remaining 197 the Experimental Group. All mothers answered a
question form for identification purposes and a test on previous
knowledge regarding breastfeeding in the maternity ward. The
mothers in both groups were followed by means of home visits at the
end of the first, second, fourth and sixth months, or until they stopped
breastfeeding. At the end of the first month the mothers were
submitted to the same test given right after delivery. Logistic
regression was used to evaluate the association between the mothers’
knowledge of breastfeeding and the prevalence of breastfeeding.
Results: The mothers who received the intervention (Experimental
Group) had a significantly higher score in the tests on
knowledge of breastfeeding at the end of the first month as compared
with the mothers in the Control Group (17.0 versus 14.7). The
intervention increased by 1.7 mother’s chances of achieving a score
above the average. The mothers whose scores were above the
average had a 8.2 higher chance of being breastfeeding exclusively
at the end of the third month and twice as high of still being
breastfeeding at the end of the sixth month.
Conclusion: Simple strategies to increase mothers’ knowledge
regarding breastfeeding can have a positive impact on breastfeeding
rates.