Considerações a cerca da presença de veículos automotores na faixa de praia ao largo do balneário Cassino/RS, do processo de gestão e de sua distribuição espaço temporal
Abstract:
A faixa de praia ao largo do Balneário Cassino/RS vem sendo intensamente atingida por um tráfego intenso de veículos, que aumenta gradativamente conforme o crescimento da população e o acréscimo do número de veículos per capita. A origem desta prática engloba a história do lugar, voltado ao mar; a geomorfologia e a geologia praial que propiciam à prática; a cultura que se estabeleceu diante da falta de restrição de tal prática. Este trabalho objetivou considerações a cerca da presença de veículos automotores na faixa de praia ao largo do Balneário Cassino/RS, do processo de gestão e de sua distribuição espaço temporal. Para isto foi realizada uma revisão bibliográfica e documental, realizadas entrevistas e questionários, que permitiram avaliar dados com relação à opinião da sociedade e o entendimento das pessoas que trabalham junto às escalas de governo, e realizadas contagens da distribuição dos veículos na faixa de praia ao longo de 2013, utilizando técnicas de filmagem e de cartografia para levantamento da distribuição espacial dos veículos automotores. Os resultados revelam que a opinião das pessoas mostra-se a favor da prática, tendo em vista que a questão cultural é uma situação enraizada nesta praia arenosa, ressaltando a comodidade, dada a distância residência-praia, o conforto e as intempéries climáticas como características que proporcionam a prática. O fato é que soma-se a isto a falta de infraestrutura, utilizando como exemplo o estado de conservação da avenida beira mar. Com relação responsáveis pelos órgãos gestores observa-se que a maioria dos mesmos é favorável a presença dos veículos na faixa de praia dado o aspecto cultural, a questão turística e a falta de opções de infraestrutura, mesmo sabendo dos impactos ambientais gerados e do descumprimento da legislação vigente. Observou-se uma certa falta de comunicação entre os mesmos, onde um não envolve-se nas obrigações legais do outro perante a zona costeira. Já os trabalhos de campo mostram que, embora na temporada de verão a concentração de veículos seja bem superior, não se pode desconsiderar a presença de veículos fora da temporada, sobretudo nos finais de semana. A temática leva a uma infinidade de possibilidades que permeiam a referida prática. Embora na ilegalidade, no momento não há como proibir o trânsito dos veículos automotores na faixa de praia. Resta buscar iniciativas que diminuam o fluxo, como a melhoria de infraestrutura, atividades educativas e um gerenciamento ao longo de todo ano.