Variação espaço-temporal em médio e curto termo da orla do balneário do hermenegildo, RS
Abstract:
Este trabalho tem como objetivo avaliar a variação espaço temporal da orla do balneário do Hermenegildo, RS, em escalas de curto e médio termo, além de identificar seu panorama atual. Para isto, foi realizada uma caracterização da expansão da zona urbana, utilizando fotos aéreas do local de 1947, 1964 e uma imagem de satélite de alta resolução de 2005; uma avaliação das estruturas de contenção nos últimos anos, utilizando critérios específicos de caracterização; e um mapeamento da orla atual utilizando um GPS geodésico em módulo de posicionamento relativo cinemático em tempo real (Real Time Kinematic – RTK). Os resultados indicam que a ocupação da orla do balneário sempre se manteve paralela e muito próxima da praia, e ainda houve uma migração horizontal da linha de dunas nos últimos 60 anos. Analisando o comportamento e as alterações ocorridas nas estruturas de contenção nos últimos 10 anos, nota-se que há uma tendência de aumentar o número de casas com obras de contenção. Dividindo a orla do balneário em diferentes setores (norte, central e sul), percebeu-se que existe uma concentração de estruturas mais resistentes na porção central do balneário. Com os dados dos perfis topográficos realizados nas ruas do balneário perpendicularmente a costa, percebeu-se que este mesmo setor central apresenta maiores desníveis das escarpas do que nas periferias, e também menores largura e declividade da praia. Ademais, também foi percebida uma concavidade da linha de água, em planta, em frente ao setor central do balneário. Analisando as diferenças encontradas entre a posição da linha da base das escarpas na parte urbanizada e a linha da base das dunas frontais adjacentes, foi detectado que atualmente as estruturas de contenção do balneário do Hermenegildo se encontram sobre o pós-praia. Com este trabalho concluiu-se que as estruturas de contenção no balneário estão realmente contendo a migração horizontal da linha de costa em direção ao continente. Por outro lado, este barramento da migração horizontal da linha de costa é compensado por uma retirada de sedimento da praia, gerando uma migração vertical negativa, ou seja, um déficit sedimentar desta praia em frente às estruturas.