Prevalência molecular de Citomegalovírus em biópsias placentárias em um hospital universitário no sul do Brasil

Abstract

O Citomegalovírus (CMV) é um Herpesvírus e apresenta como principal característica a latência. Trata-se do vírus mais associado a infecções congênitas e sua transmissão vertical pode ocorrer em três períodos principais: intra-utero de maneira transplacentária, no parto pelo contato com secreções maternas e na amamentação que é a sua principal forma de transmissão vertical.. A infecção no primeiro trimestre pode causar aborto e a longo prazo ocasionar microcefalia, baixo peso ao nascer e prematuridade. Atualmente a infecção pelo CMV em gestantes não é diagnosticada de forma padronizada e o vírus geralmente não provoca sintomas, mas pode ser reativado de forma intermitente. Este trabalho tem como objetivo investigar a prevalência de CMV em biópsias de placenta de parturientes atendidas no Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Correa Jr. (HU-FURG), no município de Rio Grande/RS. Foram coletadas 303 amostras de placenta, logo após o parto, incluindo parte fetal e materna de parturientes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital Universitário (HUFURG). A extração do DNA foi adaptada ao Kit comercial. Para detecção do CMV, foram realizadas técnicas de PCR com primers específicos, contando com controle positivo e negativo na reação. A visualização do CMV foi através de eletroforese em gel de agarose 2.0% e corados com loading, revelados com Brometo de Etídio e identificados por iluminação UV. A prevalência do DNA do CMV foi de 26 (8,6%) nas faces maternas das placentas. Entre estas 10 (38,4%) também o demonstraram na face fetal complementar. Evidencia-se assim a importância de alertar os profissionais da saúde a possibilidade de uma infecção fetal e neonatal por esse vírus.

Cytomegalovirus (CMV) is a Herpesvirus and its main characteristic is the latency. It’s the most associated virus with congenital infections and its vertical transmission can occur in three main periods: Intra-uterus transplacentally, in labor due to contact with maternal secretions and breastfeeding, which is the main form of vertical transmission. Infection in the first trimester can cause abortion and in the long term cause microcephaly, low birth weight and prematurity. Currently CMV infection in pregnant women is not diagnosed in a standardized way and the virus usually does not cause symptoms, but can be reactivated intermittently. This study aims to investigate the prevalence of CMV in pregnant women placental biopsies treated at Obstetric Center of the University Hospital Dr. Miguel Riet Correa Jr. (HU-FURG) in the city of Rio Grande / RS. 303 placenta samples were collected immediately after delivery, including fetal and maternal faces. The DNA extraction was adapted a commercial kit. For detection of CMV, PCR was performed with specific primers, with positive and negative controls in the reaction. The CMV visualization was by agarose gel electrophoresis 2.0% and stained with loading and identified by Ethidium Bromide and UV illumination. The prevalence of CMV DNA was 26 (8.6%) in the maternal placentas faces. Of these, 10 (38.4%) also demonstrated CMV DNA in additional their fetal faces. Thus, the importance of alerting health professionals to the possibility of a fetal and neonatal infection by this virus is evident.