Análise espacial do paradoxo do baixo peso no Brasil em 2014

Belarmino, Vanusa

Abstract:

 
Introdução e justificativa: o peso ao nascer é um importante indicador de saúde de uma população, apresentando forte repercussão no estado de saúde perinatal, já que seus desvios são responsáveis por complicações que podem levar ao aumento da morbimortalidade dos neonatos. O estudo sobre o baixo peso ao nascer mostra-se relevante e refere-se à busca de subsídios para um maior entendimento da sobreposição de fatores determinantes a respeito do tema abordado, levando em consideração as desigualdades socioeconômicas e culturais, além da falta de consenso encontrado na literatura. Objetivo: avaliar a distribuição espacial do baixo peso ao nascer dos nascidos vivos no Brasil no ano de 2014. Metodologia: o presente projeto trata-se de um estudo ecológico de vigilância para o baixo peso ao nascer no Brasil realizado com base nos registros de nascidos vivos presente no site do Sistema Nacional de Nascidos Vivos (SINASC). O baixo peso ao nascer (variável desfecho)foi obtido por meiodocritériodaOrganização Mundial da Saúde (OMS), ou seja, criançascommenosde2500gramassãoclassificadascomobaixopeso. As variáveis independentes analisadas foram sociodemográficas, obstétricas e do neonato. Para a análise espacial foram utilizados os estados brasileiros e o Distrito Federal.O Índice Global de Moran (I) foi performado para avaliar a autocorrelação espacial.Os dados da análise espacial foram apresentados por mapas temáticos.O nível de significância para a análise espacial foi de 5%. O programa estatístico utilizado foi Terra View versão 4.2.2.Resultados:maiores prevalências de BPN foram encontradas nos estados da região sul e sudeste do país. Observou-se a existência de autocorrelação espacial para o baixo peso ao nascer com Coeficiente Global de Moran (I) de 0,410 e valor de p=0,03. Foi encontrada autocorrelação espacial positiva com maiores taxas de BPN no grupo de mães brancas (I= 0,826; p= 0,01), que tinham mais de 35 anos (I= 0,608; p= 0,01), haviam realizado mais de 7 consultas pré-natal (I=0,687 e p=0,01); fizeram o parto com menos de 37 semanas de gestação (I=0,484 e p=0,02), estudaram 8 anos ou mais (I= 0,632 e p= 0,01) e residiam nas regiões sul-sudeste do Brasil. Discussão:Observou-se o paradoxo do baixo peso,ou seja, estados mais desenvolvidos apresentam maiores índices de nascimentos de crianças com menos de 2500g.A investigação do BPN nas unidades federativas brasileiras, por meio dos registros do SINASC, fornecerá informações específicas dos locais e dos fatores sociodemográficos que contribuirão para a elaboração de ferramentas e políticas públicas a serem estabelecidas na esfera da saúde materno-infantil do Brasil.
 
Introduction and justification:Birth weight is an important indicator of the health of a population, presenting a strong repercussion in the perinatal health status, since its deviations are responsible for complications that may lead to an increase in neonatal morbidity and mortality. The study on low birth weight is relevant and refers to the search for subsidies for a better understanding of the overlapping of determining factors regarding the topic addressed, taking into account the socioeconomic and cultural inequalities, besides the lack of consensus found in literature. Goal:To evaluate the spatial distribution of low birth weight of live births in Brazil in 2014. Methodology:This project is an ecological surveillance study for low birth weight in Brazil to be carried out based on the records of live births on the website of the National System of Live Births (SINASC). Low birth weight (variable endpoint) was obtained using the World Health Organization (WHO) criteria, this is, children under 2500 gare classified as low birth weight. The independent variables analyzed were sociodemographic, obstetric and neonatal. For the spatial analysis, the Brazilian states and the Federal District were used. The Moran Global Index (I) was performed to evaluate spatial autocorrelation. The spatial analysis data were presented by thematic maps. The significance level for spatial analysis was 5%. The statistical program used was TerraView version 4.2.2. Results:The higher prevalences of LBW were found in the southern and southeastern states of the country.. We observed the existence of spatial autocorrelation for low birth weight with Moran Global Coefficient (I) of 0.410 and p= 0.03.Positive spatial autocorrelation was found with higher rates of LBW in the group of white mothers (I = 0.826, p = 0.01), who were over 35 years old (I = 0.608, p = 0.01), had performed more than 7 prenatal consultations (I = 0.687 and p = 0.01), delivered less than 37 weeks of gestation (I = 0.484 and p = 0.02), studied 8 years or more (I = 0.632 and p = 0.01) and resided in the south-southeast regions of Brazil. Discussion:It was observed the paradox of low weight, more developed states present higher birth rates of children under 2500g. The BPN research in the Brazilian federal units, through the SINASC registries, will provide information specific to the sites and sociodemographic factors that will contribute to the development of tools and public policies to be established in the sphere of maternal and child health in Brazil.
 

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  • FAMED - Mestrado em Ciências da Saúde (Dissertações)