Abstract:
No presente estudo foi avaliado o efeito do cobre na reprodução do copépode Acartia tonsa. Machos e fêmeas adultos foram expostos (6 dias) separadamente a diferentes combinações de concentração de cobre, salinidade (5, 15 e 30) e via de exposição (fase dissolvida, fase dissolvida mais transferência trófica e transferência trófica). Após exposição, foram determinadas a produção de ovos e a taxa de eclosão dos ovos. Na ausência de cobre, a produção de ovos foi diretamente dependente da salinidade, porém esta não afetou a taxa de eclosão dos ovos. Por sua vez, o cobre afetou tanto a produção de ovos quanto a taxa de eclosão. Com base nas concentrações de cobre dissolvido, os valores de CE50 (IC 95%) para produção de ovos foram 9,9 (6,911,3), 36,8 (33,6-40,1) e 48,8 (42,3-55,0) µg Cu/L para a exposição via fase dissolvida nas salinidades 5, 15 e 30. Para a exposição via fase dissolvida mais transferência trófica, estes valores foram de 40,1 (36,3-47,9), 63,7 (56,5-76,4) e 109,9 (90,3-150,9) µg Cu/L, respectivamente. Após exposição via alimento, o cobre reduziu a produção de ovos em cerca de 40% em relação ao número de ovos produzidos pelos organismos controle, independentemente da concentração de cobre e da salinidade testada. A exposição ao cobre dissolvido na água diminuiu significativamente a taxa de eclosão dos ovos nas salinidades extremas (5 e 30), enquanto que na salinidade intermediária (15), apenas a exposição via alimento causou toxicidade. Os resultados obtidos indicam que os efeitos do cobre na reprodução do copépode A. tonsa dependem tanto da salinidade quanto da via de exposição ao metal, sugerindo, portanto, que ambos parâmetros devam ser considerados em uma futura versão do Modelo do Ligante Biótico para ambientes estuarinos e marinhos.
In the present study, copper toxicity on the reproduction of the euryhaline copepod Acartia tonsa was evaluated. Male and female copepods were exposed (6 days) separately to different combinations of copper concentration, salinity (5, 15 and 30 ppt) and via of exposure (waterborne, waterborne plus dietborne and dietborne). After exposure, egg production and egg hatching rate were determined. In control copepods (no copper addition to water or food), egg production was positively related with salinity. However, egg hatching rate was not significantly affected. On the other hand, copper exposure affected both egg production and egg hatching rate. Based on dissolved copper concentrations, EC50 (95% CI) values for egg production after waterborne exposure were 9.9 (6.9-11.3), 36.8 (33.6-40.1) and 48.8 (42.3-55.0) µg Cu/L at salinities 5, 15 and 30 ppt, respectively. For waterborne plus dietborne exposure, they were 40.1 (36.3-47.9), 63.7 (56.5-76.4) and 109.9 (90.3-150.9) µg Cu/L, respectively. After dietborne exposure, a decrease in egg production about 40% was observed, disregarding the copper concentration and salinity tested. Waterborne copper exposure significantly reduced the eggs hatching rate in the extreme salinities (5 e 30 ppt), while in he intermediate (15 ppt) salinity only the dietborne exposure induced toxicity. These results indicate that the copper effects on the reproduction of the copepod A. tonsa are dependent on salinity and via of exposure, suggesting that both parameters should be taken into account in the development of a future version of the Biotic Ligand Model for estuarine and marine environments.