Abstract:
Sete espécies de Odontesthes são registradas no extremo sul do Brasil, duas delas,
Odontesthes bonariensis e O. argentinensis e mais quatro outras espécies não possuem sinal
filogenético para diferencia-las. As duas espécies supracitadas despertam grande interesse
econômico são de origem marinha e estão distribuídas em diferentes habitat: O. bonariensis
ocorre nas Lagoas Mangueira (LMA) e Mirim (LMI) (água-doce) e O. argentinensis ocorre no
Estuário da Lagoa dos Patos (ELP) (euriahilas) e na região marítima (RM) e ambos os ambientes
estão localizados na planície costeira. Os ectoparasitos branquiais são utilizados também como
modelos ambientais, os quais têm suas patologias usadas como biomarcadores histológicos. Já os
modelos de coevolução são dados a partir das interações históricas entre hospedeiro e parasito.
Neste contexto, as diferenças ambientais apresentadas por estes sistemas de lagoas podem
possibilitar a ocorrência de diferentes assembleias parasitárias nos peixes ao longo de diferentes
habitat como na RM e no ELP. Assim, estes ambinetes podem fornecer diferentes condições de
infestação por ectoparasitos e mesoparasitos em O. bonariensis e O. argentinensis do sistema de
lagoas do extremo sul do Rio Grande do Sul. O mesmo aspecto é esperado para algumas
alterações histopatológicas nas brânquias relacionadas ao parasitismo. A Dissertação foi dividida
em dois capítulos. O Capítulo I, tratou da assembleia de ectoparasitos e mesoparasitos de
Odontesthes, no extremo sul do Brasil. Neste capitulo foram estudadas dois espécies de
Odontesthes em diferentes habitats (LMA, LMI, ELP e RM). Foram capturadas 145 especimes
de O. bonariensis (LMA=100, LMI=45) em 82 O. argentinensis (ELP=58, RM=24): em quanto
aos registros de parasitoas; LMA se registrou o ectoparasito Braga patagonica (n=22) e
mesoparasito Artystone trysibia (n=16), na LMI foram registradas ectoparasitos de
Gauchoergasilus euripedesi (n=2) e Ergasilus sp. (n=2). No O. argentinensis se registraram 261
especimens de Ergasilus lizae distribuiodos em: ELP (149) e RM (112). A correlação de
Spearman da abundância absoluta de E. lizae com o comprimento total (CT) de O. argentinensis
do ELP e da RMA foi positiva média, enquanto que a correlação para B. patagonica e A. trysibia
foi negativa, fraca e média, respectivamente. As comparações da prevalência (P%), abundância
média (AM) e intensidade média de infecção (IMI) para E. lizae de O. argentinensis por habitat
não apresentou diferença. Os índices parasitológicos relativos aos Isopoda de O. bonariensis na
LMA para B. patagonica e para A. trysibia indicaram uma parasitose homogênea, com poucos
hospedeiros parasitados. O Capítulo II, abordou sobre a histopatologia das branquias de juvenis
de O. argentinensis causadas por E. lizae. Espécimes de E. lizae do ELP causaram
estrangulamento e erosão circular ao longo de todas as lamelas primárias de O. argentinensis.
Também foram observadas anormalidades teciduais, necroses, hipertrofias e branquite catarral.
A resposta defensiva do hospedeiro aos danos nos tecidos foi similar a queratose. Todos esses
danos histológicos são fatores importantes e que causam alterações nas trocas gasosas e na
osmorregulação dos hospedeiros juvenis.
Seven species of Odontesthes are recorded in the southern Brazil, two of them, Odontesthes
bonariensis and O. argentinensis and four other species haven't a phylogenetic sign to differentiate
them. The two cited species present strong economic interest, and marine origin and they are
distributed in different habitats: O. bonariensis occurs at the Mangueira and Mirim Lagoons
(freshwater) and O. argentinensis occurs at the Estuary of Lagoa dos Patos and the sea, comprising
the coastal plain. The interactions between host fish and their parasites within these habitats provide
models for ecological and evolutionary patterns. The ecological studies are based on the values of
the parasitological indexes, allowing populational inferences. Gill’s ectoparasites are also applied
environmental models, which have their pathologies used as histological biomarkers. Already the
models of coevolution are given from the historical interactions concerning to host-parasite
interactions. In this context, the differences presented by these lacunar systems can allow the
occurrence of different types of parasites in the fish along of different habitats in the marine region
(RM) and in the Patos Lagoon estuary (ELP) which can offer different conditions of infestation by
ectoparasites and mesoparasites on O. bonariensis and O. argentinensis from the lagoon system from
southern Rio Grande do Sul. The same parasitological aspect is expected to some histopathological
changes in the host’s gills. The Dissertation was divided into two chapters. Chapter I deals with the
assembly of ectoparasites and mesoparasites of Odontesthes, in southern Brazil. In this chapter five
species of Crustaceans were recorded: Ergasilus sp. and Gauchergasilus euripidesi (Copepoda,
Ergasilidae) of O. bonariensis from LMI. Ergasilus lizae (Copepoda, Ergasilidae) was reported of O.
argentinensis from the ELP and RM. Braga patagonica and Artystone trysibia (Isopoda,
Cymothoidae) of O. bonariensis from LAM. The absolute abundance of E. lizae showed a positive
and mean (weak) correlation with the total length of O. argentinensis from ELP and RM, whereas a
Spearman’s correlation observed for B. patagonica was negative and weak and for A. trysibia it was
negative and moderate. The comparisons of the prevalence (P%), mean abundance (MA) and mean
intensity of infection for E. lizae of O. argentinensis per habitat no showed differences. The
parasitological indexes relative to the Isopoda of O. bonariensis at LAM for B. patagonica and for A.
trysibia indicated a homogeneous parasitosis, with few parasitized hosts. The Chapter II is about the
gill’s histopathology of juveniles of O. argentinensis caused by E. lizae. Specimens of E. lizae from
PLE caused narrowing and circular erosion along of the all primary lamellae of O. argentinensis.
Tissue abnormalities as necrosis hypertrophy and catarrhal branquitis were also observed. Host’s
defensive response to tissue damage was similar to the keratosis. All these histological damages are
important and cause gas exchange alterations and in the development of the juvenile hosts