Abstract:
Ainda que o pescado consista em um recurso renovável, sua exploração deve ser gerida
de modo adequado, processo complexo quando consideradas as incertezas dos aspectos
ambientais, biológicos, econômicos e sociais a ele vinculados. Destarte, devido a essa
natureza múltipla, faz-se necessária a integração dos diversos setores da sociedade
envolvidos, impulsionando a legitimação de uma conduta mais zelosa no tocante ao
trato desse recurso. Nesse contexto, uma maneira de incluir o mercado e o consumidor
na gestão da pesca consiste nos programas de rotulagem ambiental. Sendo assim, à luz
de escassa literatura dedicada ao tema, buscou-se responder a pergunta: se bem
empregada, a rotulagem pode auxiliar no alcance da sustentabilidade da atividade
pesqueira? Para isso, no presente trabalho, utilizou-se um estudo de caso – a pesca do
camarão-rosa com enfoque em uma associação de pescadores, denominada Associação
de Pescadores da Vila São Miguel (APESMI), situada em uma zona estuarina do
extremo sul brasileiro. Essa pesca é importante fonte de renda para milhares de famílias
de pescadores artesanais. O risco de declínio do estoque é presente e o valor recebido na
venda do pescado é relativamente baixo. Sendo assim, por meio de entrevistas e revisão
bibliográfica, analisou-se os métodos utilizados nos programas de rotulagem ambiental
pesqueira internacional mais difundidos, identificando obstáculos, inadequações e
potencialidades de implementação da rotulagem ambiental para essa comunidade. Por
fim, observou-se que uma boa alternativa seria uma nova lógica na rotulagem ambiental
pesqueira mais adequada aos interesses e aspirações das comunidades pesqueiras
artesanais, endossando o capital social de uma dada localidade, através da criação de um
selo consolidado por meio de uma parceria entre pescadores, academia, mercado e
sociedade.
Aunque lo pescado sea un recurso renovable, su exploración requiere una gestión
adecuada, la cual se convierte en un proceso complejo debido a las incertidumbres de
los aspectos ambientales, biológicos, económicos y sociales. Por tanto, es necesaria la
integración de los diversos sectores involucrados de la sociedad, posibilitando la
legitimación de una conducta más cautelosa respecto a la gestión de ese recurso. En ese
contexto, una manera de incluir el mercado y el consumidor en la gestión de la pesca es
a través de programas de etiquetado ecológico. Ante la escasez de investigaciones
nacionales dedicadas a la temática de impactos y beneficios del etiquetado ambiental, se
buscó responder la pregunta: ¿la etiqueta ambiental puede contribuir en la sostenibilidad
de la actividad pesquera? Para responder a la interrogante se utilizó como recurso un
estudio de caso – la pesca del camarón-rosa con enfoque en una asociación de
pescadores, denominada “Asociación de Pescadores de Villa San Miguel” (APESMI),
situada en una zona estuarina del extremo sur brasilero. La actividad pesquera es
importante fuente de ingreso para miles de familias de pescadores artesanales de Rio
Grande, hay el riesgo de la disminución del stock y el valor recibido por la venta del
pescado es relativamente mínimo. Consiguientemente, por medio de entrevistas y
revisión bibliográfica, fueron analizados los métodos utilizados en los programas de
etiquetado ambiental pesquera internacional más difundidos, identificando dificultades,
incongruencias y potencialidades de implementación del etiquetado ambiental para esa
comunidad. En conclusión se observó que una buena alternativa sería una nueva lógica
en el etiquetado ambiental pesquero más adecuado a los intereses y aspiraciones de las
comunidades pesqueras artesanales, endosando el capital social de una localidad, a
través de la creación de un sello consolidado por medio de una asociación entre
pescadores, comunidad científica, mercado y sociedad.