A impossibilidade de confiar e a narradora em por escrito, de Elvira Vigna

Abstract

A narrativa brasileira contemporânea é heterogênea e apenas tenta-se caracterizá-la. Um aspecto notado é o uso de primeira pessoa como foco narrativo privilegiado na prosa. Nesse sentido, este artigo aborda o romance Por escrito (2014), de Elvira Vigna, focando a narradora em primeira pessoa e a constituição de sua história. Como fundamentação teórica acerca do narrar, utiliza-se Maria Lúcia Dal Farra (1978), Käte Hamburger (1975) e Biruté Ciplijauskaité (1988); para pensar o contemporâneo na literatura, baseio-me em teorias de Regina Dalcastagnè (2005), Tânia Pellegrini (2007) e Karl Erik Schollhammer (2009, 2013). A fim de refletir sobre a obra escolhida, apoia-se nas teorias e pesquisas bibliográficas. Nota-se, enfim, a pertinência da escolha narrativa para a constituição de enredo, sendo a narradora um aspecto que diferencia as leituras possíveis sobre os fatos narrados, uma vez que não se tem neutralidade narrativa, com as subjetividades da narradora deflagradas na leitura.

La narrativa brasileña contemporánea es heterogénea y sólo se intenta caracterizarla. Un aspecto notado es el uso de primera persona como foco narrativo privilegiado en la prosa. En este sentido, este artículo aborda la novela Por escrito (2014), de Elvira Vigna, enfocando a la narradora en primera persona y la constitución de su historia. Como fundamentación teórica acerca del narrar, se utiliza María Lúcia Dal Farra (1978), Käte Hamburger (1975) y Biruté Ciplijauskaité (1988); para pensar lo contemporáneo en la literatura, se fundamenta en Regina Dalcastagnè (2005), Tânia Pellegrini (2007) y Karl Erik Schollhammer (2009, 2013). A fin de reflexionar sobre la obra escogida, se apoya en las teorías e investigaciones bibliográficas. En el caso de la narrativa, la narración de la narración para la constitución de enredo, es la narradora un aspecto que diferencia las lecturas posibles sobre los hechos narrados, ya que no se tiene neutralidad narrativa, con las subjetividades de la narradora desencadenadas en la lectura.