Gestão e segurança da navegação e do transporte aquaviário: contribuições para um desenvolvimento ambientalmente sustentável de sistemas marítimos e fluviais
Abstract:
Ao longo dos seus 8.500 km de costa, o Brasil possui portos marítimos, estuarinos e lagunares, pelos quais se movimenta a quase totalidade do comércio exterior do País (navegação de longo curso), além da navegação de cabotagem entre portos nacionais. Aos mais de 40 principais portos comerciais marítimos brasileiros, agregam-se mais de 60 portos fluviais (terminais hidroviários), compondo um conjunto de mais de uma centena de pólos multimodais de transporte públicos e privados. Este cenário constitui uma das maiores redes fluviais do mundo, com cerca de 20.000 km em condições de navegação. Logo, o desenvolvimento dos sistemas hidroviários (marítimos e fluviais) é de importância estratégica para o País. Dentro deste contexto, é fundamental o desenvolvimento de ferramentas de modelagem numérica como uma importante contribuição para a gestão e a segurança da navegação e do transporte aquaviário, contribuindo para que este desenvolvimento ocorra de uma forma ambientalmente sustentável nos sistemas marítimos e fluviais brasileiros. No presente trabalho é utilizado para as simulações hidrodinâmicas o modelo numérico TELEMAC3D (©EDF – Laboratoire National d’Hydraulique et Environnement of the Company Eletrecité de France (EDF)). O modelo de transporte de sedimentos de fundo que trabalha acoplado é o SediMorph, desenvolvido pelo Federal Waterways Engineering and Research Institute e pelo Institute für Wasserwesen da Universidade das Forças Armadas de Munique. Estes modelos foram aplicados a estudos de caso no Porto de Rio Grande, contribuindo especificamente para o estabelecimento das condições de navegação (correntes, marés, ventos, ondas) e principais processos físicos que controlam a hidrodinâmica e o transporte de sedimento da região, para o estabelecimento de procedimentos de segurança para a navegação e condições de operação e praticabilidade no porto, para o estabelecimento de condições limite para o trânsito seguro de embarcações, para a implementação de medidas permanentes com o objetivo de reduzir o assoreamento, e para a determinação das tendências evolutivas sazonais da dinâmica sedimentar, dependentes da interação morfológica e hidrodinâmica, fornecendo subsídios importantes para otimizar operações de dragagem.