Abstract:
Este artigo faz uma análise espacial da criminalidade no Estado do Rio Grande do Sul. Para este fim, é apresentado um modelo econométrico espacial para os determinantes da criminalidade. O modelo segue as contribuições da economia do crime, porém acrescenta as contribuições da abordagem ecológica e as teorias do aprendizado social. No modelo, a criminalidade em cidades pode ser explicada por características locais em que o ambiente, a vizinhança e o histórico do indivíduo afetam a criminalidade. São utilizados dados municipais agregados para homicídios, roubos e furtos no ano de 2000. Os testes realizados mostram a existência de dependência espacial em roubos e furtos e independência espacial em homicídios. No artigo ficam destacados os papéis da desigualdade de renda e das aglomerações urbanas como fatores que potencializam a criminalidade em cidades. No artigo são discutidas também as importâncias da família e da escola na explicação da criminalidade. Os resultados obtidos mostram que problemas na estrutura familiar e a ineficiência do ensino no Estado afetam positivamente a criminalidade. Neste artigo, os benefícios do crime e os custos de oportunidade são divididos, o que permite concluir que o crescimento econômico não implica diretamente o aumento da criminalidade. Isto porque se houver um aumento da renda dos mais pobres a criminalidade diminui.
This paper does a spatial analysis of crime in Rio Grande do Sul. It presents a spatial econometric model for criminality determinants. The model follows main contributions to the economics of crime, but it includes contributions from the ecological approach and social learning. In the model, the criminality in cities can be explained by local characteristics, and the environment, the neighborhood and the individual’s history affect the criminality. The paper uses aggregate city data for homicides, robberies and thefts in a cross-sectional model for the year of 2000. The findings show the existence of spatial dependence in robberies and thefts and spatial independence in homicides. The paper emphasizes the role of income inequality and of urban agglomerations as factors that increments the criminality in cities. It also discusses the importance of family and schooling on explaining criminality. It shows that problems in the family structure and in schooling affect the crimes positively. The benefits of crime and opportunity costs are separated, which allows concluding that economic growth does not increase criminality. This happens if there is an increase in the income of the poorest, leading to a fall in criminality.