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Este estudo verificou a ocorrência e os fatores associados ao uso problemático
de smartphone (UPS) em 411 escolares de 1º, 2º e 3º ano do ensino médio de um instituto
federal no município do Rio Grande, localizado no extremo sul do Brasil. O uso de
smartphone foi avaliado por meio da Smartphone Addiction Scale - Short Version. Os
alunos de ambos os sexos que apresentaram pontuação ≥33 nessa escala foram
classificados com UPS. Informações sobre sexo, cor da pele, nível socioeconômico, nível
de atividade física, participação em aulas de educação física, tempo de tela e histórico de
consumo excessivo de bebida alcoólica foram organizadas como variáveis independentes.
A qualidade do sono dos estudantes foi operacionalizada em uma análise de interação
pelas exposições sexo, cor da pele e nível de atividade física. Para verificar os fatores
associados ao UPS, foi utilizada a Regressão de Poisson, apresentando razões de
prevalência (RP) com intervalo de confiança de 95% (IC95%). A prevalência de UPS na
amostra foi de 34,3% (40,7% feminino). A análise ajustada apresentou associações
significativas de fatores de risco (sexo feminino: RP: 1,41; IC95%: 1,06-1,85; tempo de
tela acima de 4 horas/dia: RP: 2,41; IC95%: 1,37-4,21; e histórico de consumo excessivo
de bebida alcoólica: RP: 1,33; IC95%: 1,01-1,77) e fatores de proteção (maior nível
socioeconômico: RP: 0,88; IC95%: 0,78-0,99; e maior participação em aulas de educação
física: RP: 0,73; IC95%: 0,54-0,99) para o UPS. Os escolares com UPS apresentaram pior
qualidade de sono (RP: 1,17; IC95%: 1,02-1,34). A análise de interação verificou que os
escolares do sexo masculino com UPS apresentaram pior qualidade do sono (RP: 1,29;
IC95%: 1,07-1,59), como também, os usuários de cor da pele preta, amarela ou parda
(RP: 1,27; IC95%: 1,05-1,52), sendo este desfecho mais prevalente em adolescentes com
UPS (RP: 1,35; IC95%: 1,07-1,70). Aqueles classificados como inativos fisicamente
apresentaram pior qualidade do sono (RP: 1,30; IC95%: 1,01-1,67), e esse efeito é ainda
maior quando o escolar apresenta inatividade física somada ao UPS (RP: 1,50; IC95%:
1,13-1,98). A identificação dos fatores associados ao UPS pode promover subsídios para
uma maior conscientização a respeito das repercussões desse comportamento ainda não
totalmente elucidado. O UPS assumiu um papel potencializador para a pior qualidade do
sono, evidenciando a necessidade de destacar que esse fenômeno detém características
passíveis de modificações, sobretudo aquelas relacionadas aos hábitos de vida. |
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dc.description.abstract |
This study examined the occurrence and factors associated with
problematic smartphone use (PSU) in 411 1st, 2nd, and 3rd-year high school students at
a federal institute in Rio Grande, in the far south of Brazil. PSU was highlighted as the
dependent variable and was assessed using the Smartphone Addiction Scale - Short
Version. Students of both sexes who scored ≥33 on this scale were classified as having
PSU. Information on sex, skin color, socioeconomic status, level of physical activity,
participation in physical education classes, screen time, and history of excessive alcohol
consumption were organized as independent variables. The quality of the students' sleep
was operationalized in an interaction analysis with the variables sex, skin color, and level
of physical activity. Poisson regression was used to verify the factors associated with
PSU, presenting prevalence ratios (PR) with a 95% confidence interval (CI95%). The
occurrence of PSU in the sample was 34.3% (40.7% female). The adjusted analysis
showed significant associations between risk factors (female sex: PR: 1.41; CI95%: 1.06-
1.85; screen time above 4 hours a day: PR: 2.41; CI95%: 1.37-4.21; and history of
excessive alcohol consumption: PR: 1.33; CI95%: 1.01-1.77) and protective factors
(higher socioeconomic status: PR: 0.88; CI95%: 0.78-0.99; and more time participating
in physical education classes: PR: 0.73; CI95%: 0.54-0.99) for PSU. Students with PSU
had poorer sleep quality (PR: 1.17; CI95%: 1.02-1.34). The interaction analysis found
that male students with PSU had poorer sleep quality (PR: 1.29; CI95%: 1.07-1.59), as
did users with skin colors other than white (PR: 1.27; CI95%: 1.05-1.52), and this was
even more prevalent when these adolescents had PSU (PR: 1.35; CI95%: 1.07-1.70).
Those classified as physically inactive had poorer sleep quality (PR: 1.30; CI95%: 1.01-
1.67), and this effect is even greater when the schoolchild has physical inactivity added
to the PSU (PR: 1.50; CI95%: 1.13-1.98). Identifying the factors associated with PSU can
help raise awareness of the repercussions of this behavior, which has yet to be fully
elucidated. The PSU has assumed a potential role in the poorer quality of sleep,
highlighting the need to emphasize that this phenomenon has characteristics that can be
modified, especially those related to lifestyle habits. |
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