Abstract:
O presente estudo teve como objetivo identificar os fatores associados à prematuridade nos
hospitais dos municípios de Rio Grande/RS, Guarapuava/PR, Feira de Santana/BA e
Natal/RN. Estudo multicêntrico, do tipo caso-controle, incluindo 2.350 puérperas, teve início
em 2015, sendo oriundo de um outro mais abrangente, com abordagem quanti-qualitativa,
intitulado “Parto prematuro: estudo dos fatores associados para construção de estratégias de
prevenção”, e desenvolvido em hospitais dos quatro municípios. As entrevistas com as mães
foram realizadas nas maternidades. Foram colhidos dados da caderneta da gestante referentes
à realização das rotinas preconizadas pelo Ministério da Saúde, bem como os relativos aos
prontuários materno e do recém-nascido. Esses dados originaram a publicação de dois artigos
científicos. O primeiro apresenta os fatores associados à prematuridade nos hospitais de
quatro municípios das regiões Sul e Nordeste do Brasil. A análise estatística obedeceu a
modelo hierárquico e foi realizada por regressão logística, obtendo-se as razões de odds (RO)
e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) e valor p. Na Região Sul, uso de
drogas ilícitas, prematuridade prévia, hipertensão, infecção do trato urinário e ameaça de parto
prematuro foram fatores associados à prematuridade, enquanto pré-natal inadequado, história
pregressa de prematuridade, hipertensão e ameaça de parto prematuro foram considerados
fatores de risco para a Região Nordeste. Evidenciou-se maior prevalência de prematuridade
tardia nessas regiões e, na Região Sul, as medidas de associação foram mais fortes. O segundo
artigo buscou identificar os fatores associados à realização de cesárea entre recém-nascidos
prematuros e a termo nos hospitais das duas regiões brasileiras. Foi utilizada regressão de
Poisson para obtenção das razões de prevalência (RP) e seus respectivos IC95% e valor p. Os
fatores de risco identificados para esse tipo de parto entre as mães de recém-nascidos
prematuros foram: idade ≥ 20 anos, trabalho remunerado durante a gestação, pré-natal
adequado e duas ou mais intercorrências gestacionais. Os fatores de proteção significativos
foram: ter companheiro e haver estudado nove anos ou mais. Já as mães de recém-nascidos a
termo apresentaram os seguintes fatores de risco: idade ≥ 35 anos, trabalho remunerado na
gestação e duas ou mais intercorrências gestacionais. Ter companheiro foi fator de proteção
dessa via de parto. Os fatores associados à realização de cesárea pouco diferiram entre as
mães de recém-nascidos prematuros e a termo nos hospitais investigados, tendo sido as
medidas de associação mais fortes para as mães de prematuros.
The present study aimed to identify the factors associated with prematurity in the hospitals of
Rio Grande/RS, Guarapuava/PR, Feira de Santana/BA and Natal/RN. A multicenter, casecontrol study, including 2.350 postpartum women, began in 2015, and originated from a more
comprehensive, quantitative-qualitative approach entitled "Preterm birth: a study of
associated factors for prevention strategies", and developed in hospitals of the four
municipalities. Interviews with the mothers were performed in maternity hospitals. Data were
collected from the pregnant woman's book regarding the performance of the routines
recommended by the Ministry of Health, as well as those related to the maternal and newborn
records. These data led to the publication of two scientific articles. The first presents the
factors associated with prematurity in hospitals in four municipalities, in the South and
Northeast regions of Brazil. The statistical analysis followed a hierarchical model and was
performed by logistic regression, obtaining the odds ratios (OR) and their respective 95%
confidence intervals (95% CI) and p value. In the Southern Region, illicit drug use, previous
prematurity, hypertension, urinary tract infection and threat of preterm delivery were factors
associated with prematurity, whereas inadequate prenatal care, previous history of
prematurity, hypertension, and threat of preterm delivery were considered risk factors for the
Northeast Region. There was a higher prevalence of late preterm birth in these regions, and in
the South, the association measures were stronger. The second article sought to identify the
factors associated with cesarean delivery between preterm and full term infants in the
hospitals of the two Brazilian regions. Poisson regression was used to obtain the prevalence
ratios (PR) and their respective 95% CI and p value. The risk factors identified for cesarean
delivery among the mothers of preterm infants were: age ≥ 20 years, paid work during
pregnancy, adequate prenatal care and two or more gestational intercurrences. The significant
protective factors were: having a partner and having studied nine years or more. The mothers
of full-term newborns presented the following risk factors: age ≥ 35 years, paid work during
pregnancy and two or more gestational intercurrences. Having a partner was a protective
factor for cesarean section. The factors associated with cesarean delivery differed slightly
between mothers of preterm and full-term newborns in the hospitals investigated, and the
association measures were stronger for mothers of preterm infants.