A complexidade de macrófitas aquáticas influencia os atributos funcionais de invertebrados aquáticos?

Abstract

As macrófitas aquáticas atuam como elo na estruturação e manutenção de sistemas de água doce através de produção primária, ciclagem e estocagem de nutrientes. Além disso, desempenham o papel de recurso alimentar e abrigo para organismos aquáticos. A vegetação aquática é primordial para o estabelecimento e desenvolvimento de comunidades, contribuindo para a heterogeneidade de habitats de ecossistemas aquáticos. A complexidade de habitat é o conjunto de estruturas físicas no ambiente que fornecem substratos (e.g., troncos submersos, pedras e superfícies) que permitem a colonização e o estabelecimento de organismos. As macrófitas possuem o potencial de elevar a complexidade do habitat devido as variações de biotipos, fornecendo diferentes recursos para a comunidade associada. A complexidade pode ser definida através de diferentes abordagens, sendo uma delas através da biomassa vegetal. Compreender as relações acerca da complexidade vegetal permite investigar os efeitos das mesmas sobre as assembleias de invertebrados, visto que cada biotipo pode fornecer condições específicas e diferentes tipos de uso da superfície. Estudos envolvendo este tema vêm demonstrando a existência de uma relação entre os níveis mais elevados de complexidade com maior riqueza e abundância de organismos colonizadores. Os invertebrados são utilizados como organismos de estudo parar avaliar sistemas de água doce, e a abordagem funcional tem se mostrado eficiente para descrever as relações entre essas comunidades com o ambiente. A abordagem funcional permite compreender as relações acerca de processos ecossistêmicos, estudos de biomonitoramento, relações alimentares e sobre impactos ambientais. Dessa forma, o objetivo deste estudo é investigar se a complexidade das macrófitas pode influenciar nas métricas da comunidade de invertebrados aquáticos em arroio subtropical. O riacho escolhido para este estudo foi o Riacho Cabeças localizado no município de Rio Grande, RS, Brasil.

Aquatic macrophytes act as a link in structuring and maintaining freshwater systems through primary production, cycling and nutrient storage. In addition, they play the role of food resource and shelter for aquatic organisms. Aquatic vegetation is essential for the establishment and development of communities, contributing to the heterogeneity of habitats in aquatic ecosystems. Habitat complexity is the set of physical structures in the environment that provide substrates (e.g., submerged logs, rocks, and surfaces) that allow organisms to colonize and establish. Macrophytes have the potential to increase habitat complexity due to biotype variations, providing different resources for the associated community. Complexity can be defined through different approaches, one of which is through plant biomass. Understanding the relationships around plant complexity allows investigating their effects on invertebrate assemblages, since each biotype can provide specific conditions and different types of surface use. Studies involving this topic have demonstrated the existence of a relationship between higher levels of complexity and greater richness and abundance of colonizing organisms. Invertebrates are used as study organisms to evaluate freshwater systems, and the functional approach has been shown to be efficient to describe the relationships between these communities and the environment. The functional approach allows understanding the relationships about ecosystem processes, biomonitoring studies, food relationships and about environmental impacts. Thus, the objective of this study is to investigate whether the complexity of macrophytes can influence the metrics of the aquatic invertebrate community in a subtropical stream. The creek chosen for this study was the Riacho Cabeças located in the municipality of Rio Grande, RS, Brazil.