Exposição ao MP2.5 e seus efeitos sistêmicos: uma revisão sistemática da literatura

Abstract

A exposição à poluição do ar é uma realidade no mundo inteiro, e evidências cumulativas vêm sendo propostas ao longo dos anos a respeito dos danos a saúde causados por esta exposição contínua. O material particulado (MP) é uma fração desta poluição atmosférica, constituído de uma mistura complexa de partículas sólidas e líquidas, e que vem sendo apontado como um fomentador e agravante para doenças cardiopulmonares, neurológicas, renais, câncer, entre outras. Neste sentido, uma revisão sistemática da literatura foi conduzida com o intuito de averiguar o estado atual da literatura a respeito dos efeitos do MP2,5 a nível celular e sistêmico. A base de dados do Web of Science foi utilizada para busca dos estudos que seriam incluídos na revisão, usando descritores como palavras-chaves e delimitando-se a um intervalo que estava entre janeiro do ano de 2016 até dezembro de 2020, onde, 114 estudos estavam dentro dos critérios de inclusão. A toxicidade do MP2,5 tem sido vastamente estudada e, dados experimentais mostram o potencial deste para desencadear danos ao DNA, bem como, causar peroxidação lipídica, geração de espécies reativas de oxigênio e ativar vias de morte celular. Atenção substancial é dada também para o potencial inflamatório do MP2,5. Todos estes eventos que ocorrem a nível celular, podem conduzir a patologias e danos à saúde humana e isto também tem sido muito bem documentado. Os dados encontrados a respeito do tema pesquisado trazem hipóteses de que há uma correlação entre os danos a nível celular gerados principalmente pelo excesso de espécies reativas de oxigênio, e diversas patologias que posteriormente acabam sendo desencadeadas. Como forma de mitigar danos as populações acometidas pela poluição do ar, metas e estratégias para reduzir a poluição devem ser traçadas com o objetivo da melhora da qualidade do ar ambiental e como consequência melhora na qualidade de vida e diminuição de custos com saúde.

Exposure to air pollution is a reality worldwide, and cumulative evidence has been proposed over the years regarding the health damage caused by this continued exposure. Particulate matter (PM) is a fraction of this atmospheric pollution, consisting of a complex mixture of solid and liquid particles, and which has been identified as a promoter and aggravating factor for cardiopulmonary, neurological, renal and cancer diseases, among others. In this sense, a systematic review of the literature was conducted to ascertain the current state of the literature regarding the effects of PM2.5 at the cellular and systemic levels. The Web of Science database was used to search for studies that would be included in the review, using descriptors as keywords and delimiting an interval that was between January of the year 2016 until December 2020, where, 114 studies were within the inclusion criteria. The toxicity of PM2.5 has been extensively studied and experimental data show its potential to trigger DNA damage, as well as to cause lipid peroxidation, generation of reactive oxygen species and activate cell death pathways. Substantial attention is also paid to the inflammatory potential that PM2.5 has. All of these events that occur at the cellular level can lead to pathologies and damage to human health and this has also been very well documented. The data found regarding the researched topic suggest that there is a correlation between the damage at the cellular level caused mainly by the excess of ROS, and several pathologies subsequently end up being triggered. As a way of mitigating damage to populations affected by air pollution, goals and strategies to reduce pollution must be outlined to improve the quality of environmental air and, as a consequence, improving the quality of life and reducing health costs.