O conhecimento acerca dos riscos e as estratégias utilizadas pela equipe de enfermagem na manipulação de fármacos antineoplásicos: um estudo na perspectiva da comunicação emancipatória

Ottobelli, Caroline

Abstract:

 
Os riscos ocupacionais químicos estão presentes junto ao ambiente de trabalho da equipe de enfermagem que manipula fármacos antineoplásicos. A exposição ocupacional a estes fármacos pode levar ao desenvolvimento do estresse oxidativo no organismo destes trabalhadores. Estratégias de comunicação emancipatória podem possibilitar a redução desta exposição ocupacional uma vez que contribuem para a constituição de um ambiente de trabalho mais seguro e saudável, dessa forma defende-se a tese de que As fragilidades da produção da comunicação por meio do conhecimento da equipe de enfermagem que manipula fármacos antineoplásicos acerca dos riscos químicos, complementado pela dificuldade de adoção de estratégias promotoras de ambiente de trabalho saudável e seguro, promove o estresse oxidativo. Objetiva-se com este estudo (1) Identificar os conhecimentos dos riscos químicos da equipe de enfermagem que atua na manipulação de fármacos antineoplásicos; (2) Identificar as estratégias utilizadas pela equipe com vistas ao ambiente seguro e saudável na perspectiva da comunicação emancipatória; (3) Avaliar a exposição a riscos ocupacionais da enfermagem que manipula fármacos antineoplásicos, por meio da medição dos níveis de estresse oxidativo, com o uso de biomarcadores superóxido desmutase (SOD) e catalase (CAT). Trata-se de um estudo quantitativo de caráter analítico, do tipo caso-controle, e descritivo exploratório desenvolvido junto a dois hospitais de médio porte situados no norte do Estado do Rio Grande do Sul (Messoregião do Noroeste Rio-Grandense), um localizado no município 1 e o outro no município 2. O estudo foi desenvolvido com uma amostra de 40 participantes os quais foram divididos em dois grupos, um grupo formado por 20 profissionais da enfermagem que atuavam no setor de oncologia e 20 profissionais da enfermagem que atuavam em outros setores dos hospitais. No que se refere à coleta de dados, para identificarmos os conhecimentos dos riscos químicos da equipe de enfermagem que atua na manipulação de fármacos antineoplásicos e as estratégias utilizadas para promover um ambiente de trabalho saudável, foi utilizado um questionário. Após esta etapa, foi realizado um estudo de caso-controle pelo qual foram avaliados os níveis de estresse oxidativo através da utilização dos biomarcadores SOD e CAT junto a um grupo de profissionais expostos à manipulação de fármacos antineoplásicos e outro grupo de funcionários que não tinha contato com estes medicamentos. Os resultados apontam que os profissionais da enfermagem apresentam conhecimentos com relação aos riscos ocupacionais, no entanto, poucas são as estratégias de comunicação emancipatória para a criação de um ambiente de trabalho seguro e saudável presentes nestes espaços. No estudo analítico de caso-controle, os resultados da análise dos biomarcadores apontam significância estatística (p < 0,0001) da atividade média da SOD junto ao grupo controle após dias de folga do trabalho e durante a semana de trabalho, no caso dos profissionais do hospital situado no município 1 e no grupo controle em meio a semana de trabalho, no município 2. A atividade média da CAT apresentou elevação junto aos casos, durante a semana de trabalho e após dias de folga, junto aos profissionais do hospital do município 1 e no grupo controle em meio a semana de trabalho no município 2. Este estudo destaca que os riscos químicos que levam ao desenvolvimento do estresse oxidativo vão além da exposição aos fármacos antineoplásicos, hábitos de vida também podem desencadear o mesmo junto aos profissionais da enfermagem. O conhecimento acerca dos riscos e as estratégias de comunicação emancipatória habilitam os trabalhadores para a construção de conhecimentos científicos emancipados que levarão à tomada de decisões acerca do desenvolvimento de medidas para uma vida e um ambiente laborais mais saudáveis e seguros.
 
Occupational chemical risks are present in the work environment of the nursing team handling antineoplastic drugs. Occupational exposure to these drugs may lead to the development of oxidative stress in these workers' bodies. Strategies of emancipatory communication can make it possible to reduce this occupational exposure since they contribute to the constitution of a safer and healthier work environment, thus defending the thesis that The weaknesses of communication production through the knowledge of the team nursing that manipulates antineoplastic drugs about chemical risks, complemented by the difficulty of adopting strategies that promote healthy and safe working environment, promotes oxidative stress. Objective of this study (1) To identify the knowledge of the chemical risks of the nursing team that deals with the manipulation of antineoplastic drugs; (2) Identify the strategies used by the team with a view to the safe and healthy environment in the perspective of emancipatory communication; (3) To evaluate the exposure to nursing occupational hazards that manipulate antineoplastic drugs by measuring the levels of oxidative stress with the use of biomarkers superoxide desmutase (SOD) and catalase (CAT). This is a quantitative, analytical, case-control, and exploratory descriptive study developed in two medium-sized hospitals located in the north of the State of Rio Grande do Sul (Messores do Rio Grande do Norte), one located in the municipality 1 and the other in municipality 2. The study was developed with a sample of 40 participants, which were divided into two groups, a group formed by 20 nursing professionals who worked in the oncology sector and 20 nursing professionals who worked in other sectors of hospitals. With regard to data collection, to identify the knowledge of the chemical risks of the nursing team involved in the manipulation of antineoplastic drugs and the strategies used to promote a healthy working environment, a questionnaire was used. After this step, a case-control study was carried out to evaluate the levels of oxidative stress through the use of SOD and CAT biomarkers together with a group of professionals exposed to the manipulation of antineoplastic drugs and another group of employees who had no contact with these medicines. The results point out that nursing professionals present knowledge regarding occupational risks, however, there are few emancipatory communication strategies to create a safe and healthy work environment present in these spaces. In the case-control analytical study, the results of the biomarkers analysis showed statistical significance (p <0.0001) of the mean SOD activity in the control group after days off work and during the work week, in the case of professionals of the hospital located in the municipality 1 and in the control group in the middle of the work week, in the municipality 2. The average activity of the CAT was elevated along with the cases, during the work week and after days off, together with the professionals of the municipal hospital 1 and in the control group in the middle of the work week in the municipality 2. This study highlights that the chemical risks that lead to the development of oxidative stress go beyond exposure to antineoplastic drugs, life habits can also trigger the same with nursing professionals . Knowledge about risk and emancipatory communication strategies empower workers to build emancipated scientific knowledge that will lead to decisions about the development of measures for a healthier and safer working and living environment.
 
Los riesgos ocupacionales químicos están presentes junto al ambiente de trabajo del equipo de enfermería que manipula fármacos antineoplásicos. La exposición ocupacional a estos fármacos puede conducir al desarrollo del estrés oxidativo en el organismo de estos trabajadores. Las estrategias de comunicación emancipatoria pueden posibilitar la reducción de esta exposición ocupacional, ya que contribuyen a la constitución de un ambiente de trabajo más seguro y sano, de esta forma se defiende la tesis de que las fragilidades de la producción de la comunicación por medio del conocimiento del equipo de enfermería que manipula fármacos antineoplásicos acerca de los riesgos químicos, complementado por la dificultad de adopción de estrategias promotoras de ambiente de trabajo sano y seguro, promueve el estrés oxidativo. Objetivo con este estudio (1) Identificar el conocimiento de los riesgos químicos del personal de enfermería que manipule fármacos antineoplásicos; (2) Identificar las estrategias utilizadas por el equipo con vistas al ambiente seguro y sano en la perspectiva de la comunicación emancipatoria; (3) Evaluar la exposición a riesgos ocupacionales de la enfermería que manipula fármacos antineoplásicos, por medio de la medición de los niveles de estrés oxidativo, con el uso de biomarcadores superóxido desmutasa (SOD) y catalasa (CAT). Se trata de un estudio cuantitativo de carácter analítico, del tipo caso-control, y descriptivo exploratorio desarrollado junto a dos hospitales de mediano porte situados en el norte del Estado de Rio Grande do Sul (Messoregión del Noroeste Rio-Grandense) y el otro en el municipio 2. El estudio fue desarrollado con una muestra de 40 participantes que fueron divididos en dos grupos, un grupo formado por 20 profesionales de la enfermería que actuaban en el sector de oncología y 20 profesionales de la enfermería que actuaban en otros, sectores de los hospitales. En lo que se refiere a la recolección de datos, para identificar los conocimientos de los riesgos químicos del equipo de enfermería que actúa en la manipulación de fármacos antineoplásicos y las estrategias utilizadas para promover unambiente de trabajo saludable, se utilizó un cuestionario. Después de esta etapa, se realizó un estudio de caso-control por el cual se evaluaron los niveles de estrés oxidativo a través de la utilización de los biomarcadores SOD y CAT junto a un grupo de profesionales expuestos a la manipulación de fármacos antineoplásicos y otro grupo de empleados que no tenía contacto con estos medicamentos. Los resultados apuntan que los profesionales de la enfermería presentan conocimientos con relación a los riesgos ocupacionales, sin embargo, pocas son las estrategias de comunicación emancipatoria para la creación de un ambiente de trabajo seguro y saludable presentes en estos espacios. En el estudio analítico de caso-control, los resultados del análisis de los biomarcadores apuntan significancia estadística (p <0,0001) de la actividad media de la SOD junto al grupo control después de días de descanso del trabajo y durante la semana de trabajo, en el caso de los profesionales del hospital situado en el municipio 1 y enel grupo control en medio de la semana de trabajo, en el municipio 2. La actividad media de la CAT presentó elevación junto a los casos, durante la semana de trabajo y después de días de descanso, junto a los profesionales del hospital del municipio 1 y en el grupo control en medio de la semana de trabajo en el municipio 2. Este estudio destaca que los riesgos químicos que llevan al desarrollo del estrés oxidativo van más allá de la exposición a los fármacos antineoplásicos, los hábitos de vida también pueden desencadenar lo mismo junto a los profesionales de la enfermería . El conocimiento acerca de los riesgos y las estrategias de comunicación emancipatoria habilita a los trabajadores a la construcción de conocimientos científicos emancipados que llevarána la toma de decisiones acerca del desarrollo de medidas para una vida y un ambiente laborales más saludables y seguros.
 

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  • EENF – Doutorado em Enfermagem (Teses)