Abstract:
Objetivo: Rastrear a prevalência de Insegurança Alimentar e estudar os fatores
associados em domicílios com crianças, mulheres e idosos na área rural do município
de Rio Grande, RS.
População alvo: Domicílios rurais com crianças até cinco anos de idade, mulheres em
idade fértil e idosos.
Delineamento: Estudo transversal.
Desfecho: Insegurança Alimentar, medida pela resposta afirmativa de, ao menos, uma
questão de uma versão reduzida da escala brasileira de insegurança alimentar (EBIA).
Processo amostral: A amostragem foi de forma sistemática nos domicílios
permanentemente habitados da área rural de Rio Grande. Todos os domicílios foram
visitados e 4 a cada 5 foram entrevistados através de um pulo pré-definido. O
tamanho amostral foi atingido por uma prevalência estimada de Insegurança
Alimentar nessa população de 35%, nível de confiança de 95%, e erro de três pontos
percentuais para mais ou para menos. A esse valor foi acrescentado 10% para possíveis
perdas e recusas, resultando 1.067 domicílios que seriam necessários para encontrar a
prevalência de IA.
Resultados: O estudo identificou prevalência de Insegurança Alimentar de 26% nos
domicílios da área rural. Sendo, os mais atingidos, aqueles domicílios em que o chefe
da família tinha uma idade inferior a 70 anos, com maior número de moradores,
escolaridade inferior a quatro anos, sem criação de animais para venda ou consumo
familiar, pertencentes ao menor quartil de renda e que recebiam benefícios do
Programa Bolsa Família.
Conclusão: Além do avanço das políticas públicas nos últimos anos é preciso uma
reformulação das principais políticas de combate à fome a à pobreza, levando em conta o atual cenário brasileiro. Também é necessário que haja esforços entre as
famílias e comunidades, para a prática de produção agrícola, como hortas e criação de
animais para consumo familiar, troca entre famílias e feiras comunitárias nas principais
localidades rurais. Os serviços de saúde pública dessas regiões podem contribuir com a
educação nutricional dessas famílias, promovendo a alimentação saudável e a
Segurança Alimentar e Nutricional.
Aim: To identify the prevalence of Food Insecurity and to study the associated factors
in households with children, women and the elderly in the rural area of the city of Rio
Grande, RS.
Target population: Rural househols with children up to five years age, women of
childbearing age and the elderly.
Design: Cross-sectional study.
Outcome: Food insecurity, measured by the affirmative response of at least one issue
of a reduced version of the Brazilian food insecurity scale (EBIA).
Sampling: The sample size was reached by an estimated prevalence of Food Insecurity
in this population of 35%, 95% confidence level, and error of three percentage points
for more or less. To this value was added 10% for possible losses and refusals, resulting
in 1,067 households that would be necessary to find the prevalence of FI.
Results: The study identified a prevalence of food insecurity of 26% in rural
households. Being the most affected, those households where the head of the family
was less than 70 years old, with a greater number of residents, schooling less than four
years, without raising animals for sale or family consumption, belonging to the lowest
income quartile and who received benefits from the Bolsa Família Program.
Conclusion: In addition to the advance of public policies in recent years, it is necessary
to reformulate the main policies to combat hunger and poverty, taking into account
the current Brazilian scenario. Efforts must also be made between families and
communities to practice agricultural production, such as vegetable gardens and raising
animals for family consumption, exchange between families and community fairs in
the main rural areas. The public health services of these regions can contribute to the nutritional education of these families by promoting healthy eating and Food and
Nutrition Security.