Abstract:
Neste trabalho, os autores desenvolvem uma pesquisa qualitativa sobre quais são, na opinião dos mais de 50 gestores das zonas noroeste e sul do Estado de Rio Grande do Sul, os principais problemas para a construção do SUS nos municípios. Dois
problemas foram considerados como os mais importantes: O papel do médico na atenção
básica e a dificuldade para conseguir realizar diagnósticos e procedimentos de média e alta complexidade. Centralizando o estudo sobre os médicos os autores detectam que 100 % dos gestores consideram o médico como o principal responsável pela baixa
qualidade da atenção clínica e atribuem isto à má preparação fornecida pela maioria das
escolas de medicina. A análise praticada sobre os dados obtidos revela que nenhum dos
municípios desenvolve um processo completo de administração de recursos humanos que compreenda a contratação, o acolhimento, o acompanhamento, a educação continuada e a participação dos médicos na gestão das unidades. Ao contrário, os médicos desenvolvem, segundo a opinião dos autores um trabalho alienante, num modelo
de atenção à saúde tradicional e obsoleto, que se considera incapaz de fornecer um
atendimento correto às necessidades mais sentidas pela população. A partir disso, se propõem uma série de medidas de curto e médio prazo que encaminhem uma melhoria da situação, mudando a cultura dos setores de recursos humanos das prefeituras.
In this study, the authors developed a qualitative research about which are,
according to the opinion of more than 50 health managers from Rio Grande do Sul State
northeast and south zones, the principal problems for the SUS construction in their
municipalities. The most important problems that came up were: a) the role of the
physician in basic care and b) the difficulty to carry out medium and high complexity procedures and diagnosis. Centering the study over the physicians, the authors identified that 100% of the managers believe that the doctor is mainly responsible for the low quality
assistance, and assign it to the poor training received at medical schools. The analysis performed over obtained data, exposed that none of the involved
municipalities develop a complete human resources management process, which
comprise hiring, reception, follow-up, continue education and physician participation on health facility management. On the contrary, physicians develop, according to the authors view, an alienate work in an obsolete and traditional health care model, unable to fulfill the most perceived people needs. Based on the previous findings, medium and short-term measures directed to improve the situation are suggested, changing the culture of the municipalities’ human resources sectors.