Abstract:
Objectives: to measure the prevalence of and
identify factors associated with the self-medication of children aged under five years in the municipalities of Caracol in the State of Piauí, and Garrafão do Norte
in the State of Pará. Methods: a cross-sectional method, systematic sampling and a standard household visit question- naire were used to investigate various characteristics
of the mothers, families and children. The chi-squared test was used to compare proportions and Poisson’s regression adjusted for robustness of variance for
multivariate analysis. Results: of the 590 children studied in Caracol and 1081 in Garrafão, 30% and 25% respectively had
been self-medicated in the preceding 15 days. After adjustment for various confounding variables, the fact of not having succeeded in obtaining care for a sick child in the previous 15 days in both municipalities, and that of residing more than 1km from health
services in Caracol and of the mother having done paid work in the previous 12 months, in Garrafão, proved to be significantly associated with self medication among children aged under five years. Conclusions: the prevalence of self-medication by mothers of children aged under five years in the
municipalities under study, although lower than that observed in other parts of Brazil, resulted above all from not being able to gain access to medical assistance.
Objetivos: medir a prevalência e identificar
fatores associados à automedicação em crianças menores de cinco anos nos municípios de Caracol no Estado do Piauí, e Garrafão do Norte no Pará. Métodos: utilizando-se de delineamento transversal, amostragem sistemática e utilização de questionário padrão por meio de visita domiciliar, foram
investigadas diversas características das mães, das famílias e das crianças. Utilizou-se teste do qui quadrado para comparar proporções e regressão de Poisson com ajuste robusto da variância na análise multivariável. Resultados: dentre as 590 crianças estudadas em Caracol e 1081 em Garrafão, 30% e 25% haviam sido automedicadas nos últimos 15 dias, respectivamente. Após análise ajustada para diversas variáveis confundidoras, o fato de não conseguir atendimento para o filho doente nos últimos 15 dias nos dois municípios, assim como de residir há mais de 1 km dos serviços de saúde em Caracol e de a mãe exercer trabalho remunerado nos últimos 12 meses em Garrafão mostraram-se significativamente associadas à automedicação entre menores de cinco anos.
Conclusões: a prevalência de automedicação por parte das mães para menores de cinco anos nos municípios estudados, apesar de inferior à observada em outras localidades brasileiras, decorreu, sobretudo, da dificuldade de realização de consulta médica.