Abstract:
O objeto deste estudo está centrado na construção da modelagem da programação em
saúde no interior do trabalho da enfermagem, na 3ª Coordenadoria Regional de Saúde, no Estado do Rio Grande do Sul. O termo modelagem, incluso no objeto de estudo, é
entendido como modelo de organização do trabalho, que se expressa em um conteúdo
tecnológico, através da forma da programação. Para tanto, tem-se como objetivo geral analisar, por meio de uma visão socioambiental, a construção da modelagem (conteúdo/forma) da programação no trabalho da enfermagem em saúde coletiva, na Rede Básica de Serviços Públicos de Saúde da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde. O processo teórico metodológico da pesquisa foi construído através de um quadro de referência teórico, constituído pelas temáticas do conceito de trabalho, modelagem da programação e visão socioambiental do trabalho. Os dados foram coletados através da
entrevista semi-estruturada gravada e, da apreciação de documentos oficiais. Foram
entrevistadas 30 (trinta) agentes sociais enfermeiras, em 13(treze) municípios, extraídas por meio de uma amostra, do total de 143(cento e quarenta e três) enfermeiras, distribuídas nos 22(vinte e dois) municípios que compõem a 3ª coordenadoria regional de saúde. Através de uma proposta de análise qualitativa, com abordagem dialética, foi possível visualizar a modelagem da programação, historicamente construída, junto às políticas públicas de saúde e, no trabalho da enfermagem, na saúde coletiva. Visualizou-se, ainda, por meio de uma visão socioambiental do trabalho da enfermagem, numa analogia ao processo de trabalho em
saúde, a construção de ações individuais e coletivas, mediadas pelas necessidades do
objeto/sujeito, visualizando-os como seres humanos culturais, na correspondência do
potencial de liberdade da ação, na relação com a natureza social particular e coletiva,
por meio da racionalidade cultural. Na tentativa de unificar esta diversidade cultural, as enfermeiras se utilizam do instrumental da programação, codificado através dos grupos específicos instituídos, nos quais busca-se a integralidade da ação, utilizando-se a interdisciplinaridade, conformada pelo trabalho cooperativo, na constituição da força de trabalho, identificada como equipe de saúde, na correspondência da racionalidade instrumental. Desta forma, apreende-se o produto do trabalho, por meio da racionalidade substantiva, vinculado a demanda que aporta na unidade, com uma prédefinição de coletivo, identificando-se a qualidade de vida, na referência das
necessidades básicas de sobrevivência. Nesta direção, aproximando-se os princípios e
diretrizes do Sistema Único de Saúde, às racionalidades cultural, instrumental e
substantiva, verifica-se que estas tendem para a construção da equidade social e
diversidade cultural, no trabalho da enfermeira, na modelagem da programação em
saúde. Reitera-se, portanto que a enfermeira, como agente social do trabalho, assume a programação como elemento do processo de trabalho, como forma de aproximação do objeto/sujeito cultural, utilizando-se do conteúdo da programação, como instrumental de trabalho, no seu processo de trabalho na atenção básica, no desdobramento desse conteúdo em formato do próprio trabalho da enfermagem, na aderência às propostas públicas de atenção às necessidades sociais dos grupos humanos em seus ambientes.
The object of this study is centered around the construction of a model for health programs concerning Nursing work in the Third Regional Health Secretary in Rio Grande
do Sul state. The word modeling, which is part of the object of study, is a model for work organization; it has technological content and the format of a program. Thus, the general aim is to analyze, in a socio-environmental view, the construction of a model (content/format) for programs in Nursing in collective health. The area of study is the section of the Public Health Basic Services, which is part of the Third Regional Health Secretary. The theoretical-methodological process of the research was developed through a theoretical reference frame. It includes the themes related to the concept of work, the model for a program and a socio-environmental view of work. Data was
collected from semi-structured recorded interviews and official documents. The sample
consisted of thirty nurses/social agents who were interviewed in thirteen cities, from a
total of a hundred and forty three nurses in the twenty-two cities that comprise the Third
Regional Health Secretary. By using a qualitative analysis with a dialectic approach, it was possible to observe the model of the program which had been built throughout history by the public health policies, and in the Nursing work in collective health. Considering a socio-environmental view of the Nursing work, in an analogy to the health work process, the construction of individual and collective acts mediated by the needs of the object/subject, was also observed. He/she was seen as a cultural human being with potential to act freely, in relation to private and collective social nature, in cultural rationality. In an attempt to unify this cultural diversity, the nurses use programming as a tool, which is codified for the specific groups. General action is the aim, by the use of interdisciplinary work. Cooperative work constitutes work power, identified as the health team, and corresponds to the instrumental rationality. Thus, the work product is obtained through substantive rationality, according to the demand in the unit, with a predefinition
of the group. Life quality is identified when basic surviving needs are considered. In this aspect, bringing the principles and procedures of the Brazilian Health System close to the cultural, instrumental, and substantive rationalities, it can be observed that these three aspects tend to build social equity and cultural diversity in a nurse’s work in modeling health programs. Therefore, it is emphasized that the nurse, as a work social agent, undertakes programming as an element in the work process, in an attempt to keep the cultural object/subject together. The nurse uses the content of the program as an instrument in his/her work to supply basic needs, to adapt this content which is the nurse’s own work, and to agree with the public propositions concerning social needs human groups have in their environment.
El objeto de este estudio está centrado en la construcción del modelaje de la
programación en salud en el interior del trabajo de enfermeria, en la 3ª Coordinadoría
Regional de Salud, en el Estado del Rio Grande do Sul. El término modelaje, incluso en el objeto de estudio, es entendido como modelo de organización del trabajo, que se
expresa en un contenido tecnológico, a través de la forma de la programación. Para
tanto, se tiene como objetivo general analizar, por medio de una visión socioambiental, la construcción del modelaje (contenido / forma) de la programación en el trabajo de enfermeria en salud colectiva, en la Red Básica de Servicios Públicos de Salud de la 3ª Coordinadoría Regional de Salud. El proceso teórico metodológico de la investigación fue construido através de un cuadro de referencia teórico, constituido por las temáticas del concepto de trabajo, modelaje de la programación y visión socioambiental del trabajo. Los datos fueron colectados a través de la entrevista semiestructurada grabada y, de la apreciación de documentos oficiales. Fueron entrevistadas 30 (treinta) agentes sociales enfermeras, en 13 (trece) municipios, extraídas por medio de una muestra, del total de 143 (ciento cuarenta tres)enfermeras, distribuidas en los 22(veintidós) municipios que componen la 3ª coordinadoría regional de salud. Através de
una propuesta de análisis cualitativa, con abordaje dialéctica, fue posible visualizar el modelaje de la programación,históricamente construida, junto a las políticas públicas
de salud y, en el trabajo del enfermeria, en la salud colectiva. Se visualizó, aún, por
medio de una visión socioambiental del trabajo del enfermeria, en una analogía al
proceso de trabajo en salud, la construcción de acciones individuales y colectivas,
mediadas por las necesidades del objeto / sujeto, visualizándolos como seres humanos
culturales, en la correspondencia del potencial de libertad de la acción, en la relación con la naturaleza social particular y colectiva, por medio de la racionalidad cultural. En el intento de unificar esta diversidad cultural, las enfermeras se utilizan del instrumental de la programación, codificado a través de los grupos específicos instituidos, en los cuales se busca la integralidad de la acción, utilizándose la interdisciplinaridad, conformada por el trabajo cooperativo, en la constitución de la fuerza de trabajo, identificada como equipo de salud, en la correspondencia de la racionalidad instrumental. De esta forma, se comprende el producto del trabajo, por medio de la racionalidad sustantiva, vinculado a la demanda que aporta en la unidad, con una
predefinición del colectivo, identificándose la calidad de vida, en la referencia de las
necesidades básicas de supervivencia. En esta dirección, aproximándose los principios
y directrices del Sistema Único de Salud, a las racionalidades culturales, instrumental y
sustantiva, se verifica que estas tienden para la construcción de la equidad social y
diversidad cultural, en el trabajo de enfermera, en el modelaje de programación en
salud. Se reitera, por lo tanto que la enfermera, como agente social del trabajo, asume la programación como elemento del proceso del trabajo, como forma de aproximación del objeto/sujeto cultural, utilizándose del contenido de la programación, como instrumental de trabajo, en su proceso de trabajo en la atención básica, en el desdoblamiento de ese contenido en el formato del propio trabajo de enfermeria, en la adherencia a las propuestas públicas de atención a las necesidades sociales de los grupos humanos en sus ambientes.