Abstract:
O alcoolismo é um grave problema de saúde pública no Brasil que atinge homens e mulheres de todas as idades, classes sociais, independente de raça ou religião. Está associado a altos índices de mortes no trânsito, perda de emprego, conflitos e violência intrafamiliar, entre outros problemas. Quando se trata de alcoolismo feminino, em geral, a mulher é mais
intensamente marginalizada e estigmatizada tanto na família quanto na sociedade e nos
serviços de saúde. Este estudo teve como objetivos: (1) investigar as práticas de cuidados desenvolvidas à mulher alcoolista no âmbito de sua família; (2) conhecer a percepção desta mulher acerca dos cuidados de seus familiares. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório que utilizou como referencial teórico os conceitos de cuidado, ser humano e cuidado familial de Elsen (2004), Leininger (1991) e Waldow (2008). Participaram do estudo três famílias, nas quais havia pelo menos uma mulher alcoolista, usuárias de um CAPS ad,
localizado em um município do extremo sul do Brasil. A coleta de dados ocorreu no período
entre agosto e setembro de 2008, através de entrevistas semi-estruturadas, realizadas no
domicilio da família com a mulher alcoolista e seu principal cuidador. Após, os dados foram submetidos à análise de conteúdo. Os resultados mostram que as práticas de cuidado
desenvolvidas no âmbito da família modificam-se ao longo do tempo na medida em que o alcoolismo evoluía. Cuidados básicos relacionados à higiene, alimentação, sono, repouso, integridade física, moral e auto-estima foram praticados nas três famílias, embora nem sempre as mulheres os tenha percebido como práticas de cuidado. Destaca-se o apoio da rede social nas três famílias representada pelos parentes próximos, vizinhos e amigos, especialmente nos períodos de maiores conflitos familiares. Também, o suporte da rede de serviços sociais e de saúde, utilizados pela família para cuidar principalmente em situações de urgência e emergência decorrentes das situações de embriaguez da mulher. Nestas ocasiões, os cuidados dispensados às mulheres eram por elas percebidos como prática punitiva e retaliadora. Os resultados desse estudo reafirmam que, apesar dos constantes conflitos familiares vivenciados ao longo da evolução do alcoolismo da mulher, os cuidados familiares são importantes para o resgate dos vínculos afetivos e o respeito à singularidade de cada ser humano que vivencia o problema do alcoolismo.
Alcoholism is a serious public health problem in Brazil that affects men and women of all ages, social classes, regardless of race or religion. It is associated with high rates of traffic deaths, job losses, conflicts and domestic violence, among others. When it comes to alcoholism in women, in general, women are more intensely stigmatized and marginalize either by their family or society and health service. This study aimed to: (1) investigate the practices of care developed in the alcoholic woman in her family, (2) understand the perception of this woman about caring for her family. This is a qualitative, descriptive and exploratory studying which used theoretical concepts of care, human and family care by Leininger (1991), Elsen (2004) and Waldow (2008). Three families were participating which in each of them there was at least one female alcoholic, users of an ad CAPS, located in a country in Southern Brazil. Data collection occurred between August and September 2008, through semi-structured home interviews with the family of an alcoholic woman and her primary caregiver. Later, the data were subjected to content analysis. The results show that the care practices developed within the family are modified over time as alcoholism evolves. Basic care related to hygiene, food, sleep, rest, physical integrity, morality and self-esteem were applied to three families, though not all women have them perceived as care practices. We highlight the social network support in the three families represented by relatives, neighbors and friends, especially during periods of greater family conflict. Also, the network support of social service and health used by the family to take care especially in emergency situations an emergency situations arising from drunken woman events. On the occasions, the treatment provided to women was perceived as punitive and retaliatory practice. The results of this study reaffirm that, in spite of constant family conflict experienced during the evolution of women’s alcoholism, family concerns are important to the redemption of the bonds of affection and respect for the uniqueness of each human being who experiences the problem of alcoholism.
El alcoholismo es un grave problema de salud pública en Brasil que alcanza hombres y
mujeres de todas las edades, clases sociales, independiente de raza o religión. Está asociado a altos índices de muertes en el tránsito, pérdida de empleo, conflictos y violencia intrafamiliar, entre otros problemas. Cuando se trata de alcoholismo femenino, por regla general, la mujer
es más intensamente marginada y estigmatizada tanto en la familia, cuanto en la sociedad y en los servicios de salud. Este estudio tuvo como objetivos: (1) investigar las prácticas de cuidados desarrolladas a la mujer alcohólico en el ámbito de su familia; (2) conocer la percepción de esta mujer acerca de los cuidados de sus familiares. Se trata de un estudio cualitativo, descriptivo y exploratorio que utilizó como referencia teórico los conceptos de cuidado, ser humano y cuidado familiar de Elsen (2004), Leininger (1991) y Waldow (2008). Participaron del estudio tres familias, en las cuales había al menos una mujer alcohólica, usuarias de uno CAPS ad, localizado en un municipio del extremo sur de Brasil. La colecta de datos ocurrió entre agosto y septiembre de 2008, a través de entrevistas semiestructuradas, realizadas en el domicilio de la familia con la mujer alcohólica y su principal cuidadora. Los datos fueron sometidos al análisis de contenido. Los resultados muestran que las prácticas de cuidado desarrolladas en el ámbito de la familia se modifican a lo largo del tiempo a medida que el alcoholismo evolucionaba. Cuidados básicos relacionados a la higiene, alimentación, sueño, reposo, integridad física, moral y autoestima fueron realizados en las tres familias, aunque ni siempre las mujeres los percibieron como prácticas de cuidado. Se destaca el apoyo
de la red social en las tres familias representada por los parientes próximos, vecinos y amigos, en especial en los períodos de mayores conflictos familiares. También, el soporte de la red de servicios sociales y de salud, utilizados por la familia para cuidar sobre todo en situaciones de urgencia y emergencia derivadas de las situaciones de embriaguez de la mujer. En estas ocasiones, los cuidados dispensados a las mujeres eran por ellas percibidos como práctica punitiva y retaliadora. Los resultados de ese estudio reafirman que, a pesar de los constantes
conflictos familiares vividos a lo largo de la evolución del alcoholismo de la mujer, los
cuidados familiares son importantes para el rescate de los vínculos afectivos y del respeto a la singularidad de cada ser humano que vive el problema del alcoholismo.